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1% dos passageiros frequentes representam metade das emissões da aviação mundial

O estudo coordenado pela universidade na Suécia aponta que a quebra de 50% de passageiros em 2020, durante a pandemia de Covid-19, deve ser uma oportunidade para tornar a indústria da aviação mais sustentável.
17 Novembro 2020, 14h29

Os passageiros frequentes da aviação, também conhecidos por “super emissores” e que representam 1% da população mundial, são responsáveis por metade de todas as emissões de carbono emitidas pelo setor da aviação em 2018, revela um estudo da Universidade de Linnaeus, na Suécia, citado pelo “The Guardian”.

As companhias aéreas foram responsáveis por um bilião de emissões de dióxido de carbono (CO2) e beneficiaram de um subsídio de 100 mil milhões de dólares (84,1 mil milhões de euros), ao não pagar por danos ao ambiente, de acordo com os investigadores.

Segundo a investigação, apenas 11% da população mundial pisou um avião em 2018 e 4% foi para outro país. O estudo mostra que os passageiros aéreos dos Estados Unidos são os que apresentam a maior pegada de carbono entre os países ricos, sendo que, em contexto de escala, as emissões do setor nos Estados Unidos são superiores às emissões dos 10 países seguintes na lista combinados, onde se incluem países como Reino Unido, Alemanha, Japão e Austrália.

O estudo coordenado pela universidade na Suécia aponta que a quebra de 50% de passageiros em 2020, durante a pandemia de Covid-19, deve ser uma oportunidade para tornar a indústria da aviação mais sustentável. Uma das condições para tornar as companhias aéreas mais sustentáveis seria, segundo o relatório, acrescentar condições ‘verdes’ aos resgastes económicos concedidos pelos governos.

“Se queremos resolver as alterações climáticas e precisarmos de redesenhar [a aviação], deveríamos começar pelo topo, onde alguns super emissores contribuem massivamente para o aquecimento global”, apontou Stefan Gössling da Universidade de Linnaeus, coordenador do estudo.

“Os ricos tiveram demasiada liberdade para desenhar o planeta de acordo com os seus desenhos. Devemos ver esta crise como uma oportunidade de estreitar o sistema de transportes aéreos”, acrescentou o responsável.

Os passageiros frequentes deste setor viajaram cerca de 56 mil quilómetros por ano, o equivalente a três voos de longa distância por ano, um voo de curta distância por mês e uma combinação dos dois. O estudo mostra que os norte-americanos voaram 50 vezes mais quilómetros do que os africanos em 2018, dez vezes mais do que os habitantes da região Ásia-Pacífico e 7,5 vezes mais do que os latinos. Por sua vez, os europeus viajaram 25 vezes mais do que os africanos e cinco vezes mais do que os asiáticos.

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