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145 anos de arte portuguesa para ver na Universidade do Porto

Disseminar “a reflexão cultural e o pensamento crítico” faz parte da missão da Universidade do Porto, que agora apresenta a exposição “Aula Invisível”, em colaboração com a Fundação Ilídio Pinho, para dar a fruir obras que raramente estão acessíveis ao público.
Vieira da Silva
10 Fevereiro 2025, 19h21

“A universidade não tem apenas como função formar técnica e cientificamente os profissionais do futuro. Acredito que tem também o dever fundamental de promover a disseminação da reflexão cultural e do pensamento crítico, contribuindo para ampliar a dimensão ética da instrução que queremos proporcionar aos nossos estudantes para que saibam imaginar um melhor futuro”. Palavras de António de Sousa Pereira, Reitor da Universidade do Porto, a propósito de “Aula Invisível”, a exposição que inaugura a 11 de fevereiro no edifício Abel Salazar – uma parceria entre a Universidade do Porto e a Fundação Ilídio Pinho.

Com mais de cento e vinte trabalhos que cobrem um período que vai de 1880 a 2024, a exposição revela uma das mais significativas coleções exclusivamente dedicadas à arte portuguesa moderna e contemporânea, abarcando desde pintura e desenho a escultura e fotografia.

“As obras expostas atravessam o panorama da arte nacional, dos primórdios da modernidade, com Columbano Bordalo Pinheiro, Amadeo de Souza-Cardoso ou Almada Negreiros até aos novos caminhos da arte dos nossos dias, com ecos da portugalidade e de influências estéticas, artísticas, técnicas e filosóficas internacionais”, salienta Fátima Vieira, vice-reitora para Cultura da UPorto, em comunicado enviado às redações.

Destaque para os núcleos de Amadeo Souza-Cardoso e Vieira da Silva, nomes maiores do século XX português e, também, para outras referências da modernidade nacional como Júlio Resende, Nadir Afonso, Mário Eloy, Almada Negreiros, Sarah Affonso ou Mily Possoz, a par de presenças pioneiras no contexto da autorrepresentação fotográfica – como Helena Almeida e Júlia Ventura – ou de autores onde o erotismo ganha uma espessura política, como Maria Beatriz e Júlio Pomar. Sem esquecer referências como Ângelo de Sousa, Eduardo Batarda, Jorge Martins, Paula Rego, Álvaro Lapa, António Sena, Eduardo Luiz e João Tabarra.

Esta “Aula Invisível”, que percorre 145 anos de arte portuguesa, não estaria completa sem um núcleo dedicado à fotografia – onde figuram André Cepeda, Edgar Martins, Luís Palma, Nuno Cera, Paulo Catrica ou Carlos Lobo –, de par com as novas gerações na pintura – Roger Paulino, Sónia Almeida, José Almeida Pereira, João Marçal, Osias André. Sem esquecer a escultura, presente através de obras de Rui Sanches, Francisco Tropa, Susanne Themlitz, Miguel Palma e Miguel Ângelo Rocha, e ainda a presença de autores que foram apoiados pela Fundação e que têm tido amplo reconhecimento internacional – casos de Pedro Barateiro, Carlos Bunga, Pedro Paiva e João Maria Gusmão.

Para o reitor da UPorto, a exposição “Aula Invisível” é motivo de júbilo, na medida em que entronca na missão da instituição no que respeita à promoção do acesso democrático à cultura. “Graças à extraordinária colaboração que temos mantido com a Fundação Ilídio Pinho, acolheremos, ao longo de 12 semanas, numa das mais emblemáticas casas da Academia, uma parte significativa da maior coleção privada de arte portuguesa, numa ação afirmativa de promoção do acesso democrático à cultura”, realça António de Sousa Pereira.

“Aula Invisível” estará patente no edifício Abel Salazar até ao dia 31 de maio.

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