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Quando a tragédia nos bate à porta…

Muito foi dito e escrito sobre as causas, origens, extrapolações e imputações de responsabilidades sobre o acidente, mas não queria passar em claro e deixar de apontar algo que me parece que reuniu consenso em todos os quadrantes – a forma absolutamente superior como as autoridades regionais lidaram com este acidente.
9 Maio 2019, 07h15

Quando me encontrava a ponderar sobre os possíveis temas para este artigo, cheguei à conclusão que escrever sobre a tragédia do acidente de autocarro que ocorreu no Caniço seria incontornável, tanto pela dimensão do mesmo, como pelo impacto que um incidente desta natureza tem para a Madeira.

Depois da tragédia do 20 de Fevereiro de 2010, eis que a sorte foi novamente madrasta para a Madeira e a região foi obrigada (novamente) a lidar com uma tragédia de grandes proporções como aquela causada (ao que tudo indica) pelo acelerador preso do autocarro do turismo que causou o acidente no Caniço que tirou a vida a 29 turistas alemães que visitavam a Madeira.

Trata-se, sem dúvida, de uma perda irreparável de vidas humanas, e é sempre um duro golpe para um destino turístico como a Madeira a ocorrência de um acidente com turistas que escolheram a Madeira para passar uns merecidos dias de férias e de lazer.

Julgo estarmos todos de acordo quanto ao facto de se ter tratado de um triste, lamentável e trágico acidente, que ocorreu contra todas as probabilidades uma vez que o autocarro era recentíssimo, a viatura estava verificada e inspecionada e o motorista não acusou qualquer tipo de álcool no sangue… A nossa sociedade civil confere ao legislador o poder de emitir leis, regulamentos, inspecções e certificações, de modo a garantir que os acidentes se evitem, eliminando ou reduzindo ao mínimo a probabilidade de os mesmos ocorrerem, mas a verdade insofismável da realidade dos factos é que os acidentes infelizmente acontecem, na Madeira e em qualquer parte do Mundo, e nada nem ninguém está verdadeiramente imune a eles, e quando eles ocorrem, resta-nos aceitar a trágica realidade, aprender com a tragédia e seguir em frente porque como dizem os norte-americanos “the show must go on”.

Muito foi dito e escrito sobre as causas, origens, extrapolações e imputações de responsabilidades sobre o acidente, mas não queria passar em claro e deixar de apontar algo que me parece que reuniu consenso em todos os quadrantes – a forma absolutamente superior como as autoridades regionais lidaram com este acidente.

Se é um facto que, por vezes, é impossível controlar e evitar a ocorrência de um acidente, a verdade é que podemos sempre controlar a forma como reagimos ao mesmo, e neste capítulo, foi unânime o reconhecimento da “rapidez e eficiência dos serviços de emergência e hospitalares”.

Com efeito, desde a resposta pronta dos serviços de emergência (o primeiro ferido entrou no hospital Dr. Nélio Mendonça em menos de 30 minutos após o acidente), o eficaz acompanhamento hospitalar dos feridos, à identificação, realização das autópsias e transladação das vítimas mortais, passando pela eficaz comunicação com os órgãos de comunicação social e com a população liderada pelo Vice Presidente do Governo Regional Pedro Calado, as autoridades regionais mostraram-se superiormente preparadas e deram uma resposta séria, profissional e coordenada que recolheu elogios de todos os quadrantes como a Chanceler Alemã Angela Merkel, do Ministro do Negócios Estrangeiros alemão Heiko Maas, passando pelo nosso Próprio Presidente da República e membros do Governo da República, na medida em que todos eles enalteceram sem reservas a resposta dada pelos organismos madeirenses. Os acidentes infelizmente acontecem, podem acontecer em todo o lado, mas é um facto que a Madeira soube aprender com tragédias do passado, e actualmente tem serviços médicos e de emergência de excelência, capazes de defender o estatuto da Madeira como um dos destinos turísticos mais seguros do Mundo.

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