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44% das empresas prevê aumentar o número de colaboradores, diz estudo da Mercer

A intenção de recrutamento está a diminuir face a 2018, ano em que 53% das empresas o se propunham a contratar mais colaboradores. Em 2019 os incrementos salariais rondaram os 2% para quase todos os níveis de responsabilidade (mantendo-se os valores do ano passado). Para 2020 as empresas inquiridas prevêem incrementos ligeiramente superiores .
29 Outubro 2019, 15h00

Quase metade das empresas portuguesas prevê aumentar o número de colaboradores em 2019. A intenção de recrutamento fixa-se nos 44% das empresas do mercado português. E está a diminuir quando comparada com a percentagem de 53% que no ano passado se propunham a contratar mais colaboradores, revela o estudo Total Compensation Portugal 2019 realizado pela consultora Mercer, que analisou este ano 111.692 postos de trabalho em 430 empresas no mercado português.

O maior estudo nacional sobre práticas e tendências de Remuneração e Benefícios revela que o número de empresas que prevê contratar novos colaboradores sofreu uma ligeira quebra em comparação com o ano anterior.

“A tendência dos últimos três anos, no que se refere à intenção das empresas recrutarem mais colaboradores, sofre agora um pequeno revés. A percentagem caiu de 53% em 2018, para 44% em 2019”, conclui o estudo, adiantando que a previsão para 2020 aponta para um ligeiro acréscimo, com 46% de empresas a demonstrarem intenção de recrutar mais pessoas.

Apesar destas ligeiras variações anuais na intenção de recrutar, segundo a Mercer, a tendência de recrutamento mantem-se elevada. Por outro lado, conclui, 47% das organizações afirma que irá manter o número de colaboradores em 2019 e 9% prevê a redução do seu número.

Já quanto às políticas salariais, segundo o Total Compensation 2019, cerca de 85% das empresas que participaram no estudo realizam a sua revisão salarial uma vez por ano. Desta percentagem, 32% escolhe o mês de março para a revisão, 22% opta pelo mês de abril e 19% por janeiro.

O estudo explica que, no período das revisões salariais, a percentagem de incremento atribuída aos colaboradores é determinada por um conjunto de fatores que influenciam diretamente o valor disponibilizado para esse fim.  E sinaliza os fatores preponderantes na atribuição de incrementos: os resultados individuais do colaborador (85%), o posicionamento na grelha salarial (64%) e os resultados da empresa (58%).

Outros fatores que influenciam os incrementos salariais referem-se a diretrizes da casa-mãe, equidade interna, orçamento aprovado e acordos coletivos de trabalho. Já a antiguidade e o nível funcional são os fatores que menos influenciam a atribuição do incremento salarial, diz o estudo.

 

Expetativa de aumentos salariais em 2020

Em 2019, os incrementos salariais situam-se em média, entre 1,97% e 2,32%, variando ligeiramente em função dos níveis de responsabilidade, revela o estudo da Mercer, acrescentando que comparando o observado em 2019 com o previsto para 2020 verifica-se “um ligeiro aumento” percentual para alguns dos grupos funcionais.

À semelhança do verificado em 2018, o estudo de 2019 da Mercer evidencia uma variação positiva dos salários para a generalidade dos grupos funcionais, mantendo-se como um indicador favorável relativamente à evolução dos salários no país.

Na análise Salarial para Recém-Licenciados, o estudo revela que o salário-base anual dos recém-licenciados, no seu primeiro emprego, situa-se tendencialmente entre os 12.704 euros e os 16.594 euros.

 

Diretores de 1ª linha com mais colaboradores expatriados

No que respeita à população expatriada, verifica-se que é a função de diretores de  primeira linha que apresenta mais colaboradores expatriados (5%). De seguida, surgem as chefias intermédias, que registam um valor de 3%.

Já quanto aos principais benefícios atribuídos pelas empresas em Portugal, o estudo refere que no plano médico, a maioria das empresas participantes no estudo (92%) concede um plano médico aos seus colaboradores.

“O seguro de saúde para os colaboradores é muito frequentemente extensível aos familiares (registado em 69% dos inquiridos), considerando o cônjuge e filhos e incluindo coberturas de hospitalização, parto, medicamentos, assistência ambulatória, estomatologia, próteses e ortóteses”, salienta a Mercer.

Na maioria das organizações, conclui, o custo para o colaborador é totalmente suportado pela empresa (80%). No entanto, para a extensão do benefício a cônjuges e filhos é mais frequente existir uma comparticipação do colaborador caso o mesmo a deseje.

 

43% das empresas atribuem Plano de Pensões

A Mercer conclui ainda que 43% das empresas participantes no estudo atribui aos seus colaboradores um Plano de Pensões, dos quais 17% são de Beneficio Definido e 48% de Contribuição Definida, sendo os restantes Planos Mistos (35%).

“Verifica-se que a maioria dos Planos de Benefício Definido e Mistos não prevê a atribuição de direitos adquiridos aos colaboradores antes da idade da reforma. Cerca de 58% dos planos prevê a antecipação da idade normal de reforma (66 anos). Nos planos que concedem benefícios de pré-reforma, a idade prevista varia entre os 50 e 62 anos”, explica a Mercer.

Quanto a férias, outros benefícios e educação, o estudo destaca que cerca de 60% das empresas concede dias de férias extras (além do regulamentado por lei) aos seus colaboradores, o que representa um aumento de 4% em relação a 2018.

Também cerca de 20% das empresas participantes pagam as quotas dos colaboradores em alguma associação profissional (mais 3% face a 2018) e 11% pagam a mensalidade de alguma atividade desportiva.

Em 36% das empresas participantes no estudo da Mercer, as despesas associadas à educação dos colaboradores são asseguradas pela empresa (em média em cerca de 69% do custo total), estabelecendo-se em alguns casos um valor máximo limite. Cerca de 28% das empresas participantes atribuem subsídio escolar aos filhos dos colaboradores e cerca de 12% concede subsídios de creche.

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