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Empresas defendem apoios públicos para melhoria dos salários dos mais jovens

Barómetro conhecido esta segunda-feira dá conta de que retenção e atração de talento continua a ser grande preocupação das empresas nacionais. E mostra que trabalho presencial ainda predomina.
trabalho formação superior
22 Maio 2023, 10h55

Os jovens portugueses continuam a enfrentar múltiplos desafios no mercado de trabalho, entre os quais estão os baixos salários. Daí que seja importante que o Governo lance apoios que permitam às empresas oferecerem melhores condições remuneratórias a esses trabalhadores, defendem 45% dos diretores de recursos humanos ouvidos no âmbito do Barómetro RH 2023 promovido pelo Kaizen Institute em parceria com a Hays Portugal.

“Cerca de 28% dos inquiridos afirmam que na sua empresa já estão a aplicar medidas para aumentar de forma agregada o recrutamento jovem (por exemplo, protocolos de estágio com as universidades). Já 45% considera que é importante que o Governo e a instituições públicas procedam ao lançamento de programas de financiamento que permitam oferecer melhores condições salariais aos jovens”, é explicado no barómetro, cujos resultados foram conhecidos esta segunda-feira.

Mas os baixos ordenados não são um exclusivo dos mais jovens. Este é mesmo um problema que afeta a generalidade dos trabalhadores em Portugal (daí que um em cada dez empregados esteja em risco de pobreza) e o Governo tem apelado a que as empresas aumentem os salários, particularmente numa altura marcada por níveis históricos de inflação.

De acordo com o estudo do Kaizen Institute e da Hays, 47% dos inquiridos afirmam que procederam a aumentos entre 2,5% e 5% este ano. Já 12% indicam que procederam a reforços remuneratórios acima dos 7,5%.

Por outro lado, apesar da incerteza que caracteriza a conjuntura atual, o barómetro mostra que a motivação dos colaboradores manteve-se com 14 pontos, numa escala de 0 a 20, nível semelhante ao registado na edição anterior.

Já no que diz respeito aos modelos de trabalho, apesar do impacto da pandemia e do boom do teletrabalho, mais de metade dos diretores de recursos humanos (54%) revela que mantem o trabalho totalmente presencial. E ainda que a flexibilidade laboral tenha conquistado maior relevância nos últimos anos, 77% dos inquiridos rejeita a possibilidade de reduzir a semana de trabalho.

A partir do próximo mês, arranca um projeto-piloto que testará a semana de trabalho de quatro dias em Portugal, mas entre a generalidade dos empregadores parece, assim, haver reticências, com apenas 2% dos diretores de recursos humanos ouvidos a confirmar que o modelo está a ser testado e 19% a admitir a ponderação dessa possibilidade.

E no que diz respeito à atração e retenção de talento, 80% dos inquiridos avança que esta continua a ser uma das preocupações mais expressivas das empresas portuguesas. “Para contornar esta questão, garantir um bom ambiente laboral (18%), aumentar o salário (17%) e proporcionar uma cultura empresarial robusta (16%), são as principais medidas que estão a ser implementadas nas organizações de acordo com os diretores de recursos humanos”, salienta o barómetro.

O Barómetro RH 2023 tem por base respostas de 150 diretores de recursos humanos de grandes e médias empresas nacionais, “com o objetivo de avaliar a resposta das organizações às principais tendências e desafios atualmente verificados na gestão das pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores”.

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