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5G da NOS é o mais rápido em Portugal. Monetização da rede “é que é a questão”, diz responsável

O 5G da operadora portuguesa foi distinguido pela Ookla na terça-feira, durante a MWC, que decorre em Barcelona. Em exclusivo ao JE, a responsável de engenharia da NOS, diz que a distinção é fruto de “muito investimento” e que está na hora de “começar a monetizar” a cobertura.
1 Março 2023, 22h42

A rede 5G da NOS foi classificada, pelo segundo semestre consecutivo, como a mais rápida em Portugal, de acordo com a Ookla, uma das plataformas mais reconhecidas em aplicações de teste de rede fixa e móvel, dados e análises. A distinção foi entregue na terça-feira a uma comitiva da operadora durante o Mobile World Congress (MWC), que decorre até esta quinta-feira, em Barcelona.

O estudo comparou o desempenho das redes de 5G de três operadoras móveis em Portugal e a NOS obteve uma pontuação de velocidade de 310,76, ultrapassando o segundo classificado em 46%.

Na avaliação, apresentada durante o congresso mundial – um dos mais importantes do sector a nível global – a NOS registou uma velocidade média de download de 371,65 mgeabits por segundo (Mbps), 56% mais rápida do que o operador em segundo lugar. Já o upload ficou-se nos 32,50 Mbps (43% mais rápido que a concorrência em segundo lugar).

Foi em Lisboa que a velocidade de download em 5G da NOS se destacou, ao marcar 462,38 Mbps. Ainda na capital portuguesa, o segundo lugar fixou-se nos 367,41 Mbps e o terceiro não passou dos 157,47 Mbps.

Judique Reis, diretora de Mobile Engineering Network & Services da NOS, recebeu o prémio no MWC e em exclusivo ao Jornal Económico (JE), diz que a distinção é fruto de um elevado investimento e que está na hora de começar a pensar na rentabilização da cobertura nacional.

“A NOS fez nos últimos dois, três anos, um investimento muito elevado naquilo que é a sua rede 5G e atualmente lideramos do ponto de vista de qualidade e experiência”, destaca. “É muito importante para nós que isso seja reconhecido e é uma forma também de comunicarmos aos nossos clientes que, de facto, temos a melhor rede, cobertura, velocidade e também as melhores aplicações e use-cases que daí advêm”.

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A responsável da operadora sublinha que o 5G, que marcou a agenda do MWC, “é uma transformação muito importante” para toda a sociedade, mas cujos efeitos se começarão por sentir no sector empresarial, onde o mesmo “vai permitir e acelerar toda a digitalização”. “Vai ajudar-nos a evoluir e a transformar verdadeiramente as empresas”.

A nova geração de rede móvel terá naturalmente aplicações concretas no mass market, com um “claro avanço nas aplicações e funcionalidades”, garante Judite Reis, que ressalva o trabalho feito pelas restantes operadoras para recuperar a posição do país nos índices de penetração do 5G.

“Acho que Portugal está num patamar muito bom e nos comparamos muito bem com os restantes países”, acrescenta a mesma, apesar de o país não ter uma representação oficial no congresso — uma ausência já habitual mas notada, tanto pelos participantes como pelas empresas.

“Conseguimos, apesar de todos os precalços, efetivamente recuperar muito rapidamente graças ao esforço de todos os operadores, não só da NOS”, diz ainda, sublinhando que a operadora tem “mais de 86% da população coberta com 5G, o que ao fim de um ano e meio ou dois anos, é um feito”.

Feito, mas não rentabilizado (para já)

Questionada pelo JE se espera ver uma mudança no modelo de rentabilização atual do 5G por parte das operadoras, Judite Reis reconhece que “essa é que é a questão”. E é mesmo, já que as possíveis rentabilizações da rede nova geração foram um tema quente deste MWC, onde fabricantes e operadoras muito debateram quanto aos premiums que conseguirão cobrar com os novos serviços e aplicações, nomeadamente às empresas que com eles muito têm a ganhar.

“Temos de perceber”, diz Reis. “Não há ainda uma clara monetização da tecnologia, mas isso é uma coisa que nos trouxe este congresso”.

“Agora que temos uma cobertura de quase 90% da população, e que temos uma velocidade distinguida, acho que vamos claramente conseguir começar a monetizar isso. Esperamos nós”, diz a responsável da NOS.

Apesar de em Barcelona já se falar em 5.5G e até mesmo em 6G, “para já, o 5G vai continuar”. A introdução de novas funcionalidades – das antenas aos aparelhos – “vai-nos trazer uma capacidade de transformação profunda dos negócios das empresas”, garante Judite Reis, que assinala ainda uma própria transformação do sector, visível no MWC.

“Todos são players deste sector e deste negócio”, garante. “Há 20 anos, vínhamos [ao MWC] quatro ou cinco players. Hoje, são os OTT, as Big Tech, as startups, as fintech… O que temos em torno deste tema é, de facto, um grande use-case“.

 

O jornalista viajou para Barcelona a convite da Huawei.

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