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5G. Ericsson pressiona governo da Suécia e ameaça sair do país se prevalecer exclusão da Huawei

Para a Ericsson a exclusão da Huawei do 5G na Suécia terá efeitos negativos naquele mercado, por limitar a livre concorrência, o que prejudicará o desenvolvimento da nova vaga tecnológica.
5 Janeiro 2021, 14h11

O desenvolvimento da quinta geração da rede móvel (5G) na Suécia continua a gerar polémica, por causa da exclusão das chinesas Huawei e da ZTE de todo o processo pelo regulador setorial daquele país. A decisão já levou a concorrente Ericsson a pedir a reversão da decisão, mas agora o presidente da Ericsson, Börje Ekholm, pediu mesmo ao governo para intervir e evitar que as empresas chinesas fiquem fora do 5G sueco. Ekholm terá mesmo sugerido que a empresa sueca que lidera sairá do país se o regulador não voltar atrás na decisão.

De acordo com o jornal sueco Dagens Nyheter, citado pela Bloomberg, o CEO da Ericsson tem pressionado a ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Anna Hallberg, para o governo mudar a decisão tomada em outubro de 2020 pela Post- och telestyrelsen (PTS, ou Autoridade de Correios e Telecomunicações Sueca), o regulador das comunicações.

O mesmo jornal aponta que Ekholm terá mesmo dito à governante que “se a proibição à Huawei continuar, a Ericsson deixará a Suécia”. Mas a ameaça pode não ter surtido efeito junto de Anna Hallberg.

Segundo a ministra, “o governo [sueco] não pode suspender a proibição da Huawei, porque a secretaria interina da administração PTS tomou a decisão com base nas recomendações do departamento de segurança e das forças de defesa nacional”

Para a Ericsson a exclusão da Huawei do 5G na Suécia terá efeitos negativos naquele mercado, por limitar a livre concorrência, o que prejudicará o desenvolvimento da nova vaga tecnológica.

O regulador das comunicações na Suécia anunciou no dia 20 de outubro 2020 a proibição do uso de novos equipamentos dos grupos chineses Huawei e ZTE na nova rede de telecomunicações 5G, como medida de segurança nacional. A PTS determinou que o equipamento já instalado teria de ser removido até 1 de janeiro de 2025.

Na origem da decisão está a alegação de que a influência do Estado chinês sobre o setor privado, via Huawei e ZTE neste caso, “traz consigo fortes incentivos para que as empresas privadas atuem de acordo com os objetivos do Estado e as estratégias nacionais do partido comunista [chinês]”.

Ora a decisão vai ao encontro de uma campanha impulsionada pelos Estados Unidos para que os países aliados banissem empresas chinesas como a Huawei e a ZTE do 5G. Na Europa, além da Suécia também o Reino Unido decidiu banir a Huawei do 5G.

A Huawei manifestou-se, então, “surpreendida” com a decisão e interpôs um recurso junto dos tribunais, tendo a justiça dado razão à Huawei e exigido que o regulador para as telecomunicações (PTS) apresentasse “argumentos substantivos” para a exclusão da empresa.

A posição levou à suspensão do leilão para o 5G na Suécia, inicialmente agendado para arrancar no dia 10 de novembro de 2020.

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