A pandemia COVID-19 acelerou os planos de transformação digital das empresas, estimulando uma maior procura por tecnologias emergentes que podem desempenhar um papel central na sua recuperação pós-pandemia. De todas as tecnologias emergentes – tais como a Inteligência Artificial, Automação, IoT, Realidade virtual e aumentada e blockchain – o 5G é a tecnologia com a maior proeminência dentro do ranking de prioridades das empresas. Segundo o estudo “Envisioning 5G-enabled futures: helping enterprises turning imagination into reality” realizado pela EY, a maior proporção do investimento alocado a tecnologias emergentes nos próximos três anos será no 5G. De acordo com esse mesmo estudo, mais da metade viu o interesse em 5G e IoT aumentar como resultado do Covid-19, com apenas treze por cento sinalizando uma redução.

Não obstante, a falta de conhecimento sobre todo o espectro de aplicabilidade do 5G é um facto que deve ser colmatado. Por esse motivo, enquanto as empresas estão totalmente cientes do potencial de transformação do 5G e os seus níveis de ambição em termos de aplicabilidade são altos, também é verdade que existe uma ansiedade crescente em torno da lacuna de conhecimento e da compreensão dos use cases e dos seus conceitos. Esta falta de conhecimento faz com que as empresas não revejam os benefícios do 5G em toda a sua plenitude e identifiquem a tecnologia apenas como uma melhoria incremental do 4G ou do Wi-Fi. É por esse motivo que o ecossistema de parceiros que trabalham com 5G devem conseguir mostrar (e demonstrar) aos clientes os resultados positivos que esta tecnologia (muitas vezes conjugada com outra) traz para os diferentes negócios.

O 5G está a ganhar tração em praticamente todos os setores. Contudo, muitas organizações ainda estão na fase de identificar o fornecedor certo para alcançarem os seus objetivos e visão. Embora as empresas valorizem a velocidade e a agilidade dos seus fornecedores, tanto agora como no futuro, muitas veem as atuais interações de 5G como táticas e transacionais. Se adicionarmos a este facto uma dependência cada vez maior dos recursos dos fornecedores, este passo torna-se um desafio para as organizações, pois há uma incompatibilidade entre a visão e a realidade. Segundo o mesmo estudo, 79% acreditam que a sua organização priorizará fornecedores que possam oferecer resultados de negócios como parceiros de negócio, em vez de puros benefícios de custo ou tecnologia.

Esta alteração de visão e estímulo de mudança das organizações sobre os use case do 5G cria oportunidades e desafios também para os fornecedores, pois muitas organizações consideram que os use cases apresentados não atendem às suas necessidades negócio. Por esse motivo, a capacidade de os fornecedores se adaptarem às novas necessidades dos clientes é vital. Mais do que um fornecedor de tecnologia as empresas procuraram um parceiro (ou parceiros) que as apoie a criar uma visão tangível do que o 5G pode oferecer e como ajudará as empresas a investir com confiança, suportada por business cases que sustentem o crescimento do negócio e o aumento da resiliência do mesmo.

É neste contexto de parceria e colaboração que acreditamos que à medida que o interesse pelo 5G vai subindo e que as empresas vão tendo uma maior perceção sobre os benefícios que a tecnologia oferece que o sucesso do 5G se vai materializar. Não obstante, para que a realidade mude e o 5G seja uma realidade é, igualmente, importante estar disponível para repensar a forma como a diferentes indústrias operam, pois tecnologia de futuro pode não coabitar com a legada.

Isso significa que os investimentos 5G estão a passar da fase de planeamento para a fase de execução.