O Mais Sindicato e o Sindicato dos Bancários do Centro classificaram esta terça-feira “miserabilista” a proposta de aumentos das instituições de crédito subscritoras da convenção coletiva, de 0,2%, e exigem que os bancos negoceiem “efetivamente” com as estruturas sindicais.
“Não obstante as várias propostas apresentadas pelo Mais e pelo SBC [Sindicato dos Bancários do Centro] para atualização das tabelas e cláusulas de expressão pecuniária, para ativos e reformados, na última reunião, realizada no dia 11 de outubro, as instituições de crédito (IC) subscritoras da convenção coletiva do setor transmitiram a sua última posição, confrontando os sindicatos com a decisão miserabilista de aumentar os bancários em 0,2%”, de acordo com um comunicado hoje divulgado.
Os sindicatos “recusaram de imediato a proposta de aumento salarial, considerando inadmissível a postura intransigente e ameaçadora das IC”, acrescentando que, “numa altura em que todos os indicadores se revelam favoráveis quanto ao crescimento da economia, em que a banca apresenta lucros e distribui dividendos, que a previsão da inflação é de 0,7%, encerram-se balcões e reduzem-se milhares de postos de trabalho, a recompensa dos que diariamente se sacrificam é 0,2%”.
De acordo com as estruturas, “as IC anunciaram que mesmo que os sindicatos não aceitem aquele aumento vão aplicá-lo unilateralmente”, criticando que, “ao arrepio das normas e da boa-fé”, a banca tenha optado “pelo unilateralismo como forma de negociação”.
Os sindicatos garantiram que “não vão desistir de ver o esforço dos bancários recompensado”, bem como de assegurar “a manutenção do seu poder de compra”.
O Mais e o SBC “exigem que as administrações dos bancos passem das palavras aos atos, valorizando os cada vez menos trabalhadores bancários — está na altura de efetivamente negociarem com os sindicatos em vez de insistirem neste patético simulacro”.
As estruturas sindicais indicaram ainda que, “após meses de espera, os sindicatos receberam finalmente a contraproposta da administração da CGD quanto aos aumentos salariais”, oferecendo “aumentos diferenciados” e propondo “um aumento médio de 0,15% na tabela salarial, com valorização dos níveis abaixo dos 1.000” euros.
Neste caso, os sindicatos ressalvaram que “neste processo ainda só houve a troca de propostas, sindical e patronal”, pelo que pretendem, “o mais rapidamente possível, dar início às reuniões de negociação para revisão do acordo”.
O Mais e o SBC fizeram ainda um balanço de outras negociações, indicando que “as convenções coletivas do grupo BCP e do Crédito Agrícola estão a ser objeto de revisão do clausulado”, sendo que neste processo “será negociado o aumento das tabelas e cláusulas de expressão pecuniária”.
No caso do Banco de Portugal, o Montepio, ou a Oitante, estas instituições “fazem depender a atualização salarial das suas convenções do resultado obtido na revisão do ACT [acordo coletivo de trabalho] do setor bancário”.
Por outro lado, “contrariamente ao que infelizmente tem vindo a acontecer na maioria das instituições do setor, as atualizações salariais no BNP Paribas e no Banco BIC Português ocorreram no início do ano, cumprindo o previsto nos exatos termos que decorrem das convenções aplicadas aos respetivos trabalhadores”, salientaram os sindicatos.
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