81% dos empregadores demonstraram dificuldade, ou muita dificuldade, em contratar pessoas com os perfis que as suas empresas necessitavam, ficando abaixo dos 84% do ano anterior. Esta é uma das conclusões do estudo do ManpowerGroup, intitulado Talent Shortage Survey 2024, que entrevistou mais de 38 mil empregadores em 41 países e territórios.
Portugal foi o quinto colocado entre os países com maior escassez de profissionais com os perfis desejados, ficando acima da média global que ficou em 75%, referiu o estudo.
Com a mesma percentagem de Portugal no que diz respeito a encontrar pessoas com o perfil desejado aparecem a Irlanda e a Índia, e com mais dificuldades surge Japão (85%), aparecendo depois a Alemanha, Grécia e Israel, todos estes com 82%.
O mesmo estudo salientou que 65% dos empregadores portugueses revelaram alguma dificuldade em encontrar profissionais com os perfis de que necessitam e 16% disse sentir muita dificuldade, e 17% admitiram não sentir qualquer desafio.
“A acelerada transformação digital, aliada às crescentes preocupações socioambientais e à aposta numa maior incorporação de valor nos modelos de negócio, têm vindo a acelerar os ciclos de renovação nas competências que as empresas mais necessitam, sem que haja uma evolução equivalente no lado da oferta de talento. A este cenário unem-se fatores como as alterações demográficas, com o envelhecimento da população e a emigração, e a crescente concorrência global por profissionais qualificados, e encontramo-nos hoje com Portugal na 5ª posição do ranking de países com maior escassez de talento, traduzindo assim as dificuldades de contratação sentidas pelos empregadores nacionais”, disse o Country Manager do ManpowerGroup Portugal, Rui Teixeira.
Rui Teixeira salientou que para responder a este desafio, “é essencial que as organizações apostem na capacitação do talento, de forma a dotar os profissionais das competências desejadas, ao mesmo tempo que promovem a sua empregabilidade futura. É igualmente importante que continuem a apostar em responder às atuais preferências dos profissionais, também elas em forte evolução nos últimos anos. O estudo mostra-nos isso mesmo, com as empresas a apostar na oferta de maior flexibilidade nos modelos de trabalho, bem como aumentos salariais por forma a tornarem as suas propostas mais competitivas num cenário de elevada concorrência pelo talento”.
Por sectores o da Saúde e Ciências da Vida atingiu os 86% no que diz respeito a dificuldades na contratação de pessoas com os perfis desejados. Seguiu-se a Indústria Pesada e de Materiais (84%), os Bens e Serviços de Consumo, que contempla as atividades de Retalho, Distribuição, Hotelaria e Indústria de Bens de Consumo, com 82%.
Os Serviços de Comunicação, que incluem telecomunicações e media, Finanças e Imobiliário e Energia e Utilities, atingiu os 81%, as Tecnologias da Informação (80%), Transportes, Logística e Automóvel, (74%).
Por regiões a Região Sul e Grande Porto apresentaram as maiores dificuldades em contratar com 87% e 86%, Região Centro (82%), Região Norte (79%), Grande Lisboa (77).
Por dimensão de empresas as Grandes Empresas até mil trabalhadores e as Médias Empresas foram as que registaram mais dificuldade em contratar pessoas com o perfil desejado com 87% e 84%, seguindo-se as Grandes Empresas entre mil e cinco mil trabalhadores, e as empresas com mais de cinco mil trabalhadores ambas com 82%, e as Pequenas e as Microempresas com 80% e 73%.
No que diz respeito a competência técnicas em falta 26% dos empregadores portugueses disseram que foram os perfis tecnológicos e especializados em Data, 21% disseram que foram profissionais na área do Marketing e Vendas, 20% foram de competências na área da Engenharia.
Relativamente a vagas ligadas ao Atendimento e a Relação com o Cliente, 19% dos empregadores destacaram a necessidade de profissionais nestas áreas, e nas áreas de Operações e Logística e Indústria e Produção, 18% reportaram necessidade de contratação.
O estudo diz também que 46% dos empregadores referiram que as soft skills são os atributos mais importantes a considerar durante o processo de recrutamento.
Dentro desta áreas 46% das empresas disseram que é a capacidade de colaboração e trabalho em equipa, a resolução de problemas foi mencionada por 34% dos inquiridos, seguindo-se a resiliência e adaptabilidade (32%), a responsabilidade e fiabilidade (27%) e a capacidade de iniciativa (22%).
50% dos inquiridos disse que uma das principais prioridades para tornarem as suas propostas mais atrativas passou por oferecer uma maior flexibilidade sobre quando e onde é realizado o trabalho, seguindo-se o aumento dos salários (30%), a diversificação das bases de talento (26%), a oferta de bónus de integração na empresa, e a manutenção de colaboradores que são parcialmente redundantes, ambas com 22%.
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