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1,7 milhões afetados em Moçambique. ONU classifica ciclone Idai como o ”pior desastre climático de sempre” no hemisfério sul

Até agora foram confirmadas 84 mortes, mas há 100 mil pessoas em risco. O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, teme que o balanço suba ao milhar de vítimas mortais.
19 Março 2019, 11h52

O cenário descrito pelas Nações Unidas é de “incrível devastação”. As autoridades da ONU caracterizaram, esta terça-feira, o ciclone Idai como o ”pior desastre climático de sempre a atingir o hemisfério Sul”, tendo afetado 1,7 milhões de pessoas em Moçambique e 920 mil em Malauí.

O ciclone dexou um rasto de destruição na região de Beira, provocando a morte a pelo menos 84 pessoas. Contudo, o Presidente moçambicano estima que a catástrofe tenha provocado milhares de vítimas mortais.

Lola Castro, do Programa Alimentar Mundial, afirma que há zonas onde a água está a seis metros acima do valor normal. O rio Buzi, na província de Sofala, galgou as margens, matando dezenas de pessoas.

O Presidente da República considera que a dimensão da tragédia provocada pelo ciclone Idai, em Moçambique, “é muito maior do que aquilo que se pensa”, alertando para o efeito “devastador” da catástrofe para milhares de moçambicanos.

“Conheço muito bem Moçambique, tenho a noção exata da tragédia. É muito maior do que aquilo que se pensa. Logo no primeiro minuto, enviei uma mensagem ao presidente Nyusi. Tentei contactá-lo, ele tentou contactar-me mas ele está na região atingida e várias vezes caiu a comunicação mas logo lhe testemunhei a solidariedade do povo português e a compreensão daquilo que é devastador, não só para a Natureza mas para a vida de milhares e milhares de moçambicanos”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações registadas pela RTP.

O ciclone, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora atingiu a Beira, a quarta maior cidade de Moçambique, na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes sem energia e linhas de comunicação.

No Maláui, as estimativas do Governo apontam para que tenham sido afetadas mais de 920 mil pessoas nos 14 distritos afetados, incluindo 460 mil crianças. Há registos de pelo menos 56 mortos e 577 feridos.

No Zimbabué, a avaliação das autoridades apontava para cerca de 1.600 casas e oito mil pessoas afetadas no distrito de Chimanimani, em Manicaland, com registos de 82 mortes e 217 pessoas desaparecidas.

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