Bancos portugueses não foram afetados. Santander afectado mas “muito pouco”

Os bancos portugueses escaparam ao ‘apagão global’ apontado ao sistema da Microsoft e que causou problemas em inúmeras empresas, incluindo companhias aéreas, financeiras, de media e outras indústrias em vários pontos do mundo.

O Jornal Económico contactou os bancos e obteve a resposta de que “não” foram afetados e que “estão a funcionar normalmente”. Essa foi a resposta do BPI, da Caixa Geral de Depósitos, do BCP, do Banco Montepio, do Novobanco. O Santander Totta sentiu o impacto muito ligeiro nalguns serviços, e sublinha que “foi muito pouco afetado”.

“Mas os serviços já estão a funcionar normalmente”, segundo fonte do banco em Portugal.

O banco em Espanha disse aos jornais espanhóis que as equipas do banco monitorizam o funcionamento e não parece haver uma afetação grave nos sistemas do Santander.

No caso do BCP, fonte do banco detalha que “não usamos o software afetado”.

O Novobanco “não tem sistemas afetados com este tema”, explicou fonte oficial.

O Jornal Económico sabe que alguns bancos foram indiretamente afetados por intermédio de parceiros, afetando por exemplo áreas como o contact center. Aparentemente o Novobanco terá sentido um ligeiro impacto indireto no contact center, mas que já estará resolvido.

Em Espanha, o BBVA diz citado pelo “El Economista” que não está afetado, tal como o CaixaBank, que garante que o grupo não teve afetação direta.

No Banco Sabadell repete-se a mesma situação e não há qualquer problema devido à falha da Microsoft. Até ao momento aconteceu o mesmo ao Bankinter, cujos clientes e os operadores do banco não foram afetados.

O problema, entretanto descoberto, está numa atualização mal sucedida da Crowdstrike, um software de cibersegurança, que a Microsoft usa e que desencadeou uma falha global esta sexta-feira, afetando diversas empresas e serviços em todo o mundo.

Os mercados Euronext estão todos a funcionar, disse ao Jornal Económico fonte da Bolsa de Lisboa.

Em comunicado, a Euronext diz que “está ciente dos problemas atuais que afetam os servidores Microsoft. A negociação e os dados de mercado proprietários nas bolsas da Euronext, as operações de compensação e pós-negociação não são afetadas (exceto a GUI Graphical User Interface, do cliente na Euronext Securities Copenhagen). A Euronext está a acompanhar de perto a situação”.

Uma falha global no sistema da Microsoft está a causar problemas em inúmeras empresas, incluindo companhias aéreas, financeiras, de media e outras indústrias em vários pontos do mundo.

A Lusa avançou que de acordo com o Downdetector, um ‘site’ que monitoriza interrupções, desde a noite passada que foram registados picos repentinos de incidentes em vários ‘sites’ que incluem aplicações da Microsoft.

Alguns bancos da Nova Zelândia informaram que também estavam ‘offline’. Nomeadamente os bancos neozelandeses ASB e Kiwibank disseram que os seus serviços estavam em baixa.

Por cá a ANA – Aeroportos de Portugal disse à Lusa que são esperados constrangimentos nos aeroportos nacionais já que há companhias aéreas e empresas de ‘handling’ afetadas pela falha global no sistema da Microsoft.

Nas companhias aéreas a Ryanair anunciou que está “a enfrentar perturbações na rede devido a uma interrupção global de informática de um terceiro”, após ter sido anunciada uma falha no sistema da Microsoft que está a causar problemas em inúmeras empresas, avança a Lusa.

Empresas australianas como a ABC TV, o Aeroporto de Sydney e uma cadeia de supermercados, o Aeroporto de Berlim, o Aeroporto de Schiphol, em Amesterdão , bem como o aeroporto de Roma Leonardo da Vinci e o aeroporto de Hong Kong reportaram problemas, assim como a maior operadora ferroviária britânica e também a Bolsa de Valores de Londres foi afetada.

A Lusa avança que os operadores ferroviários TransPennine Express e Govia Thameslink Railway, bem como a emissora Sky News estão entre os afetados.

As interrupções australianas reportadas no ‘site’ incluíram os bancos NAB, Commonwealth e Bendigo, e as companhias aéreas Virgin Australia e Qantas, bem como fornecedores de internet e telefone, como a Telstra.

“Os nossos serviços estão em vias de ser recuperados à medida que tomamos medidas de mitigação”, escreveu a empresa na rede social X (antigo Twitter) em resposta ao relato de que muitas empresas, em vários pontos do mundo, que relataram problemas técnicos ou interrupções.