De facto, fazer uma crónica na sua rede internacional com o título “In recovering Portugal, family –owned stocks give best returns” é toda  uma chamada de atenção positiva para o país e para as nossas empresas.

Ao longo de 2017 as empresas portuguesas cotadas tiveram, genericamente, uma recuperação assinalável, a par da recuperação que o país e a sua economia vêm sentindo.

É sabido que cerca de metade das empresas do PSI 20 são empresas familiares, mas isso não obrigava ao seu bom desempenho.

O que certamente os investidores, nacionais e estrangeiros, estarão a apreciar é que as empresas familiares cotadas, á semelhança certamente das não cotadas, têm uma estratégia adequada, operam em sectores com expectativas de crescimento e apresentam uma abordagem de longo prazo, como é próprio da sua natureza.

Verdadeiramente o que estará a acontecer é que o valor real das empresas em causa, ultrapassada a crise generalizada, está a ser percepcionado pelos investidores que aqui encontram não só refúgio mas, sobretudo, uma forma sólida e segura de valorizar os seus activos.

Realidade só verificada porque as empresas familiares portuguesas souberam, ao longo dos anos, compatibilizar as vantagens da sua estrutura acionista com uma Governance moderna, transparente e profissional.

Tema que merece por si só uma reflexão que faremos em próximo artigo, a par da abordagem à riquíssima realidade das empresas familiares portuguesas não cotadas.

 

Nota: Esclarece-se, como declaração de interesses, que o autor é administrador da MGP,SGPS,SA, acionista maioritária da Mota-Engil, empresa que mais valorizou em 2017.