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“A Corticeira não pensa só Portugal, pensa o mundo”

Na estratégia da empresa não se operaram mudanças: o foco é acrescentar valor à cortiça. Só a ambição cresceu, garante António Rios Amorim.
9 Outubro 2019, 09h30

Numa altura em que a Corticeira Amorim já dá cartas, no plano internacional, em esferas tão diversas como a indústria aeroespacial, setor vinícola, engenharia de som, o design e a arquitetura, grandes infraestruturas, revestimentos de edifícios ou desporto, a aposta na inovação é uma vez mais reforçada com o City Cortex.

Este projeto vem fortalecer uma estratégia que, apesar de tão focada na investigação e inovação, não sofreu alterações de fundo, já que a maior fatia do volume de negócios, cerca de 70%, continua a ser proveniente das rolhas, representando 27% da quantidade de cortiça exportada. “Não há nenhuma aplicação que crie tanto valor à cortiça como a rolha”, frisou António Rios de Amorim, aquando da apresentação do mais recente projeto da Corticeira Amorim.

Na certeza de que a principal meta da empresa é continuar a acrescentar valor à cortiça, reforçou que “95% do que produzimos continua a ser para mercados externos. Temos de continuar a trabalhar e a inovar no sentido de acrescentar valor, de amplificar a utilização e aplicação da cortiça. conquistando o máximo de mercados. A Corticeira Amorim não pensa só Portugal”.

Sobre o corrente ano, as estimativas da empresa apontam para uma trajetória crescente, com o volume de negócios a atingir aproximadamente os 800 milhões de euros, traduzindo um aumento de 3% quando comparado com os números obtidos em 2018 (em linha com as previsões do início do ano).

Recorde-se que no primeiro semestre de 2019, a Corticeira Amorim obteve um lucro de 40,4 milhões de euros, menos 2,1% do que no mesmo período de 2018, com as vendas a aumentar 3,1% comparativamente aos primeiros seis meses do ano passado, para 412,2 milhões de euros.

No que diz respeito às exportações, Rios de Amorim deu ainda nota de que as previsões apontam para um crescimento ligeiro, atendendo aos números alcançados até ao final do passado mês de agosto, com tudo a indicar que crescerão acima das exportações nacionais. No que concerne aos principais mercados recetores, evidenciam-se, entre outros, destinos como os EUA, Espanha, França, Itália e o Médio Oriente.

Estas estimativas, detalha o responsável, prendem-se, e numa perspetiva positiva, com aspetos determinantes como a valorização do dólar e o ajustamento de preços de mercado das matérias-primas. Pela negativa, ressalvou o impacto de uma campanha menos boa dos vinhos em 2017, a qual ainda no decorrer deste primeiro semestre se refletia nos números.

Para o restante semestre, a investigação e inovação continuarão a marcar a estratégia da Corticeira que pretende continuar a desenvolver aplicações da cortiça “verdadeiramente disruptivas”. Nesta área, António Rios de Amorim deu ainda nota de que a empresa mais inovadora do grupo, a Amorim Cork Composits, tem um volume de negócios de 100 milhões de euros.

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