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A criação de riqueza como bem público que é preciso incentivar

A Business Roundtable vai insistir nas mudanças que é necessário fazer para que seja possível acelerar o desenvolvimento económico, base para tudo o resto. O objetivo é crescer. E o Estado tem de se adaptar para cumprir.
27 Junho 2025, 09h11

Reunir empresários, gestores, decisores para os cativar para um objetivo concreto que é o crescimento económico português, procurando uma mudança cultural com a adesão a uma visão agregadora. É isso que Associação Business Rountable Portugal (BRP) vai fazer na próxima semana, no Porto.

“O mote da conferência é Ctrl Alt Portugal, no sentido de que é preciso reiniciar para crescer”, diz ao Jornal Económico (JE) Carlos Moreira da Silva, presidente da BRP, associação que junta 43 dos maiores grupos empresariais portugueses. “É preciso deixar para trás algumas formas de processos que estão envelhecidos ou que nunca foram postos a trabalhar para tentar ganhar uma energia nova para esse crescimento”, acrescenta.

A receita do BRP para Portugal, as três prioridades já definidas – uma ambição coletiva e agregadora, a criação de riqueza como bem público e a celebração do sucesso –, que serão revisitadas por Pedro Ginjeira, secretário-geral da associação, terão espaço para debate. Também a análise do momento geopolítico, com a disrupção provocada pela segunda administração de Donald Trump, com José Manuel Durão Barroso e Cristina Fonseca. Mas a importância das instituições e da rule of law para a criação de riqueza terá destaque, com a participação do Nobel da Economia James Robinson e do economista português Nuno Palma, moderados por Pedro Santa Clara.

A relação do Estado com a economia é um tema central. “Mudar a cultura e a prática do Estado e dos seus agentes para reconhecer a centralidade da criação de riqueza para o sucesso do país”, aponta Carlos Moreira da Silva. “É, de facto, muito importante, como é que nós conseguimos trazer para os agentes do Estado esta lógica de que criar riqueza é um bem público e é bom para todos”, sublinha. “Isto deve orientar as políticas públicas, mas também o modo de fazer a relação com os cidadãos”, acrescenta.

Em abril, a BRP apresentou um manifesto em que o combate a custos de contexto, que dificultam a operação das empresas e reduzem a sua competitividade, e a redução de impostos eram apontados como para concretizar numa década, “que nos levem a um nível de rendimento e de bem-estar superior à média europeia”. Esse desafio vai ser repetido, no plano de “três mudanças”, as prioridades definidas, os eixos de atuação, “e 10 anos para mudar Portugal”.

Não é só o domínio público. As empresas também têm obrigações neste quadro e a BRP tem procurado investir na formação – com destaque para a requalificação e para a promoção de competências –, na promoção do talento, assim como no acompanhamento de empresários e gestores de pequenas e médias empresas (PME). “Um dos nossos objetivos, que eu espero que venha a ser bem-sucedido, é atrair para a conferência um conjunto de empresários, de empresas médias portuguesas, para lhes passar estes testemunhos”, diz Moreira da Silva. “Nós queremos mostrar que temos um contributo a dar e que o queremos dar e que o estamos a dar”, afirma.

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