No meio das crises há também oportunidades. A conjuntura que a Madeira enfrenta perante a desvalorização do euro face ao dólar é exemplo disso. O enfraquecimento da moeda única torna as nossas exportações – incluindo o turismo, que do ponto de vista estatístico é contabilizado como tal – mais competitivas junto dos consumidores americanos. Tal como avançamos nesta edição, desde o início do ano o número de visitantes vindos dos Estados Unidos disparou mais de 1.300%, embora com números absolutos ainda modestos. A valorização do dólar, que torna a Europa mais barata para os bolsos dos americanos, deverá reforçar esta tendência, bem como a noção, cada vez mais difundida por todo o mundo, de que Portugal é um destino seguro e pacífico em tempos de crise, guerra e incerteza.
Porém, existe um reverso da medalha. Os produtos importados vão ficar mais caros, a começar pelo petróleo e seus derivados, o que se já é difícil de lidar no continente, mais o será nas ilhas. Esta conjuntura torna imperiosa uma intervenção do Executivo regional, no sentido de ajudar a colmatar as lacunas que possam existir no pacote de medidas que foi apresentado pelo Governo da República para combater os efeitos da alta da inflação.
Este quadro desafiante deveria também servir de reflexão no que toca às prioridades da política orçamental. A sugestão deixada nesta edição pelo presidente da Delegação da Madeira da Ordem dos Economistas constitui um importante contributo para a discussão a este respeito. Paulo Pereira defende que o Governo Regional deve cortar na despesa, eliminando gastos supérfluos, para poder reduzir a carga fiscal sobre as famílias e as empresas. É uma posição que se pode questionar, quanto ao seu impacto real, mas que constitui um bom tiro de partida para o debate.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com