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A Direita Verde

O Mundo precisa de um maior envolvimento da Direita política nas questões climáticas e ambientais na mesma medida que própria Direita precisa desse maior envolvimento para responder às preocupações cada vez maiores dos seus eleitores, principalmente os mais jovens.
25 Fevereiro 2021, 07h15

Quando andei na escola muito se falava do buraco da camada de ozono e das suas consequências dramáticas para o meio ambiente, para o agravar do aquecimento global e para a saúde da população mundial. Actualmente, o tema do buraco da camada de ozono é já visto com mais otimismo devido à sua fantástica recuperação, a uma taxa de 2% ao ano desde 2000, e pela previsão que possa estar totalmente sanado até 2030 no Hemisfério Norte, 2050 no Hemisfério Sul e 2060 na Antártida, onde o buraco chegou a ter o tamanho da América do Norte.

É justo então afirmar que o maior e primeiro sucesso internacional na protecção do ambiente é o Protocolo de Montreal. O Protocolo de Montreal, que foi discutido em 1985 na Convenção de Viena e assinado em 1987, foi o primeiro compromisso internacional ratificado por todos os países do Mundo e também o primeiro acordo ambiental internacional a ter medidas com obrigações legais. Foi este acordo que determinou um compromisso internacional para eliminar e substituir as substâncias que destroem a camada de ozono. O que hoje também sabemos é que o sucesso deste acordo não teria sido possível sem a liderança inigualável de dois brilhantes líderes políticos: Margaret Thatcher e Ronald Reagan. O que os une? O pragmatismo e a capacidade de resolução de problemas complicados através de acordos com objectivos ambiciosos, mas realistas como só a direita oferece! O sucesso do Protocolo de Montreal está na solução de equilíbrio entre a protecção ambiental e o enquadramento temporal necessário para que a indústria e a economia tenham tido capacidade de adaptação. Apesar da total proibição dos clorofluorcarbonetos, que eram amplamente usados por exemplo em sprays, aparelhos de ar condicionado, frigoríficos ou extintores, ter sido uma medida forte e ambiciosa, a implementação gradual das soluções permitiu que esta completa revolução em diversas indústrias tenha acontecido sem grande alarido e sem grande “derramamento de sangue” na economia mundial.

O exemplo do Protocolo de Montreal leva-me a uma conclusão: o Mundo precisa de um maior envolvimento da Direita política nas questões climáticas e ambientais na mesma medida que própria Direita precisa desse maior envolvimento para responder às preocupações cada vez maiores dos seus eleitores, principalmente os mais jovens. A história leva-nos a concluir que é possível e que ainda vamos a tempo de encontrar soluções globais e de compromisso para combater as alterações climáticas. Sempre que o pragmatismo e capacidade negocial da Direita política se associou à ciência os resultados foram muito positivos para o planeta e para as futuras gerações. É tempo de a Direita honrar o seu legado indiscutível e altamente honroso que tem na protecção do ambiente e voltar a colocar-se na dianteira deste desafio mundial. O Mundo já sabe que precisa de nós, precisa agora de saber que pode contar connosco! Da minha parte, estarei sempre, onde sempre estive, na Direita Verde e estou certo de que esse é o caminho certo da história!

*O autor deste texto escreve segundo a antiga ortografia da Língua Portuguesa.

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