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Oscar Herencia: “A evolução dos seguros tem de ir para um conceito de personalização”

O futuro passa pelos “seguros à medida” em que o cliente seleciona um produto ‘umbrella’, que pode ser um seguro de vida, e depois tem um extenso leque de objetivos para criar um produto personalizado, avança o diretor geral da MetLife para a Ibéria.
28 Novembro 2020, 16h00

Constata alterações de comportamento dos consumidores durante o atual período de pandemia a propostas de seguros de vida que incluam risco e poupança?
A crise económica que se seguiu à crise sanitária criou alguma aversão ao risco nos portugueses que, em muitos casos, estão a colocar as suas poupanças em produtos de baixo risco, como os depósitos ou os seguros. Temos sempre de recordar que a principal finalidade de um seguro de vida é proporcionar uma proteção financeira em caso de imprevistos – e uma pandemia enquadra-se perfeitamente nesta definição. Mas cada cliente tem as suas necessidades específicas. Vamos ter cada vez mais um enfoque nos “seguros à medida”, em que o cliente seleciona um produto umbrella – um seguro de vida por exemplo – mas depois tem um extenso leque de coberturas ou objetivos para poder escolher e criar um produto totalmente personalizado. A evolução dos seguros tem de ir cada vez mais para um conceito de personalização.

 

Durante o ano de 2020 e num contexto de pandemia como evoluiu a subscrição de seguros de vida na MetLife?
Tivemos um bom arranque a manter o ritmo de vendas que já vinha de 2019. Depois, veio a pandemia e tivemos de ficar focados em dar uma resposta rápida para tranquilizar os nossos clientes, assegurando que não existem exclusões de pandemia que se apliquem a qualquer uma das nossas apólices de proteção individual. Nesse período a procura retraiu-se, mas fizemos um esforço significativo para acelerar as ferramentas digitais que ajudaram relançar a atividade. Isso permitiu-nos continuar a dar apoio o nosso canal de agentes exclusivos, aos intermediários independentes que confiam em nós e aos nossos parceiros de direct marketing e bancassurance. Penso que os impactos da pandemia consciencializaram muitos portugueses em relação à importância do seguro de vida na proteção financeira das famílias. Nesta fase, a nossa operação ibérica mantém-se no Top 3 de volume de negócios na região EMEA, e continuamos um passo à frente no domínio digital, que foi muito importante durante o confinamento.

 

Quais as soluções que os segurados preferem quando antecipam poupar um valor como complemento da reforma?
A vantagem dos seguros de vida e das soluções de poupança é o facto de se adequarem a diferentes realidades familiares. Cada cliente precisa de um tipo de produto diferente para ter cobertos os seus riscos. Uma venda consultiva como a que nós privilegiamos através da nossa rede de agências e para a qual trabalhamos com os nossos intermediários, facilita a análise das necessidades e a criação de um “fato à medida” para cada cliente. A componente de risco é fundamental sempre, mas torna-se crítica em situações de incerteza. A pandemia trouxe um claro exemplo disso. A minha experiência diz-me que os portugueses valorizam muito as coberturas de vida e também as relativas a acidentes. A MetLife apostou num produto misto que permite capitalizar parte do prémio e contribuir para criar uma garantia perante qualquer imprevisto ou para desfrutar tranquilamente da reforma, mas um mercado tão maduro e tão profissional como é o mercado português oferece uma quantidade muito interessante de alternativas.

 

Podem os seguros de vida estar associados a outras necessidades, caso do crédito hipotecário ou acidentes pessoais?
No nosso caso, o produto que responde a essas necessidades é o Seguro Vida Completa MetLife. É um produto que oferece uma grande flexibilidade de contratação, que pode ser associado a um crédito à habitação – com um preço muito competitivo – ou incluir coberturas complementares de acidentes pessoais, hospitalização, doenças graves, etc. É um produto que proporciona cobertura de morte até aos 85 anos e pode ser contratado por telefone, não exigindo exames médicos para subscrições de até 350 mil euros e até aos 50 anos de idade.

 

As ações empreendidas pelas Autoridades e Reguladores a nível da promoção da poupança em Portugal são suficientes para o consumidor entender que tem de poupar? Têm tido resultados positivos?
Ainda podemos fazer mais para fomentar a poupança privada. Penso que já é uma ideia aceite que os sistemas públicos de saúde e de pensões vão sofrer pressões enormes nas próximas décadas. A pirâmide populacional está radicalmente invertida e sabemos que já há dúvidas razoáveis em relação à capacidade de os sistemas públicos virem a conseguir pagar pensões aos jovens que entram hoje no mercado de trabalho. O setor segurador tem a obrigação de criar mais alternativas. E os próprios Governos também podem ajudar com incentivos fiscais para intensificar a poupança.

 

Pode um seguro de vida ser apresentado como uma “experiência” ou uma forma “sustentável” para mitigar turbulências financeiras futuras?
Sem dúvida. Os seguros de vida são uma forma eficiente de proporcionar proteção financeira e tranquilidade a muitas famílias. Além disso, contribuem para o crescimento económico a longo prazo e permitem aliviar a pressão sobre as despesas sociais. Aliás, do ponto de vista do consumidor, o seguro de vida deveria quase ser entendido como um qualquer seguro obrigatório. É que, além de ser um instrumento de aforro e prevenção, também serve para cobrir necessidades tão distintas como a reforma, a proteção familiar face a falhas de pagamentos, o pagamento de estudos ou mesmo a amortização de hipotecas como proteção do património familiar. E mesmo do ponto de vista da sociedade, o dinheiro investido em seguros de vida é fundamental para a sustentabilidade das economias e dos mercados financeiros, na medida que ajudam a canalizar as poupanças familiares para investimentos produtivos e, cada vez mais, com preocupações ao nível dos fatores ESG.

 

A nível de poupança de longo prazo, o que está a ser pensado perante um mercado de segurados que têm uma perspetiva de longevidade próxima dos 100 anos? Que soluções vão ser propostas?
As soluções vão acompanhar a evolução da sociedade. Creio que o ponto importante é que para os clientes, não é indiferente a entidade onde decidem confiar a sua proteção e colocar as suas poupanças. E, nesse aspeto, as companhias de seguros estão muito bem posicionadas. Uma multinacional como a MetLife, com mais de 150 anos – 35 dos quais em Portugal –, oferece uma credibilidade e solidez que é muito bem acolhida pelos clientes.

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