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A galerista que se entrega à produção porque…adora

Dirige a galeria de arte que leva o seu nome, considera o que faz um “privilégio” e não prescinde da empatia como dínamo de relações. Muitas delas de longa data. Desafiada a liderar a Exhibitio – Associação Lusa de Galeristas, já deu a conhecer a sua missão.
7 Junho 2025, 09h00

Vera Cortês começou a produzir exposições de artistas em quem acreditava – e a quem não exigia exclusividade – em 2003. A agência foi crescendo e evoluiu para uma galeria. Volvidos mais de 20 anos, o gozo que a produção sempre lhe deu não esmorece. Assim como a descoberta do trabalho de novos artistas, a par do desenvolvimento de um programa coerente para a sua galeria homónima, que passou a conciliar com a direção da Exhibitio – Associação Lusa de Galeristas. Não foi uma candidatura. Foi um convite. E só aceitou se a anterior direção integrasse a task force. E se a bordo estivesse uma consultora independente. “É preciso profissionalizar a Associação”, sublinha.

E quando esse vilão chamado IVA estava prestes a entrar em cena, mudámos os azimutes para o lugar autónomo das galerias no contexto da arte. Para o seu papel nos dias de hoje. “Existe um sistema que estrutura, de alguma maneira, o mundo da arte. Ou seja, o artista é o artista. E é onde tudo começa, como é óbvio. E, em última análise, o artista não precisa nem de museus, nem de galerias, nem de curadores. Não expõe, faz a sua arte, é artista. Portanto, tudo começa no artista. E todos conhecemos casos em que são os artistas que gerem a sua própria carreira, vendem as suas obras nos ateliês, arranjam exposições… mas não vão a feiras, por exemplo, porque aí só entram galerias. Por isso, as galerias fazem todo o sentido e são necessárias para o desenvolvimento do sistema”, afiança a galerista.

Por outras palavras, as galerias até podem ser o agente que assegura a venda das obras, “mas são os artistas que nos dão a percentagem. E eles escolhem com quem querem trabalhar”, sintetiza Vera Cortês. “Em suma, é o artista que nos paga. Não somos nós que pagamos aos artistas. E, portanto, este sistema faz sentido, embora as galerias, por vezes, tenham diferentes formas de operar. Basta pensarmos nas galerias que são grandes negócios, caso das powerhouses, das galerias que têm 10 sedes, 30 pessoas a trabalhar, que são compradas por casas leiloeiras, e nas quais estão envolvidos investidores e fundos.”

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