As discussões nos meios empresariais e académicos confirmam as fusões e aquisições como um meio privilegiado para atingir determinados objetivos (e.g. sinergias, crescimento, diversificação geográfica e de produtos, aquisição de intangíveis, etc). Já o grande público associa-o normalmente a grandes operações, potenciadoras da concentração de mercado e sujeitas ao escrutínio dos reguladores. Esta perspetiva é naturalmente válida, mas redutora do impacto desta atividade.
Se analisarmos um país como Portugal, a grande maioria das transações fica fora dos holofotes dos media e, por isso mesmo, passa ao lado do grande público, havendo, no entanto, vários aspetos positivos, que contribuem para uma economia mais robusta e uma sociedade mais próspera, que permanecem à margem do debate.
Numa perspetiva macro, há mais para além do lugar comum das “sinergias” e “eficiência”. Em geral, as operações de fusões e aquisições proporcionam o desenvolvimento de novos negócios e mudanças no status quo, que permitem a reafectação de recursos, a renovação do tecido empresarial e a inovação, na lógica de “destruição criativa”. O leque de produtos e serviços que empresas como a Google ou o Facebook nos trouxeram seria menos abrangente sem as aquisições que permitiram a combinação de valências e conhecimento. Por todo o mundo, os diversos setores como o das infraestruturas, das energias renováveis e da conectividade em geral desenvolvem-se a um ritmo sem precedentes, estimulados por investimento proveniente de outras geografias.
Mas qualquer operação de fusão e aquisição é um investimento complexo. A sua preparação e execução envolve profissionais qualificados que analisam os projetos nas várias vertentes (finanças, regulação, RH, I&D, operações, estratégia, fiscal, entre outras). Na fase de integração, o número de pessoas envolvidas multiplica-se e as organizações testam os seus limites. Tudo isto promove uma cultura de partilha de know-how, rigor e transmissão de melhores práticas.
Numa época em que o mundo empresarial e as operações de aquisição são frequentemente retratados de forma negativa, vale também a pena pensar que a realidade não se esgota nos defeitos. Existem também muitas virtudes.
António Júlio Jorge, Partner e Financial Advisory Leader da Deloitte
Este conteúdo patrocinado foi produzido em colaboração com a Deloitte.
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