Ao atribuir o Prémio Camões 2025 a Ana Paula Tavares, é distinguida “a sua fecunda e coerente trajetória de criação estética e, em especial, o seu resgate de dignidade da Poesia”, refere o júri, em comunicado.” O Júri sublinhou que, com a dicção do seu lirismo sem concessões evasivas e com os livres compromissos da produção em crónica e em ficção narrativa, a obra de Ana Paula Tavares ganha também relevante dimensão antropológica em perspetiva histórica”.
Recordamos o sentir da autora, nas palavras que proferiu, em novembro de 2020, numa entrevista à “Buala”.
“Vivo em Portugal, mas só consigo escrever quando me relaciono com uma alma, como dizia Ruy Duarte de Carvalho, com uma alma angolana, com um corpus identitário, um corpus de referentes que têm a ver com Angola. Sou angolana, sou do sul, sou do sul de Angola, que não é a mesma coisa do que ser angolana em geral, e é com todos esses referentes que me identifico. Portanto, quando se fala na palavra identidade, para mim, não se trata de um canal estreito que define um nacionalismo fabricado, nem nada disso. É um conjunto de horizontes que alargam a minha ideia de pertença. E não consigo viver sem isso”.
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