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“A probabilidade de Portugal entrar em recessão em cinco anos é de 55%”, diz economista do CFP

Miguel St. Aubyn, vogal executivo do Conselho de Finanças Públicas (CFP), considerou que a recuperação económica de Portugal tem sido insuficiente após a crise e coloca o país atrás de outros países da Europa.
Fotografia cedida
21 Fevereiro 2019, 07h30

Com as nuvens do abrandamento económico a ensombrarem Portugal, os alertas sobre a resiliência da economia nacional estiveram em debate esta quarta-feira no “Open Days PME Connect”, no Auditório da Casa da América Latina e UCCLA, em Lisboa.

Numa apresentação a título pessoal, Miguel St. Aubyn, vogal executivo do Conselho de Finanças Públicas (CFP), antecipou que a probabilidade de Portugal entrar em recessão nos próximos cinco anos é de 55%. Para o economista, a recuperação económica de Portugal tem sido insuficiente após a crise e coloca o país atrás de outros países da Europa.

“A probabilidade de Portugal estar em recessão num ano é de cerca de 15% e a probabilidade de entrar em recessão a qualquer momento durante um período de cinco anos é de aproximadamente 55%”, referiu, segundo comunicado divulgado pela organização.

Miguel St. Aubyn considerou a trajetória do PIB recente “é de acentuada divergência” e defendeu que não existe uma melhoria significativa da produtividade entre 2000 e 2017, com um menor investimento e de capital físico, ainda que reconheça alguma evolução positiva, reflexo das medidas para a consolidação das contas públicas, tais como o congelamento de salários e o aumento de impostos.

Numa outra intervenção, o ex-ministro das Obras Públicas do PS António Mendonça considerou que “voltamos a estar numa fase de desaceleração económica, em que mostramos incapacidade de ter dinâmicas para ultrapassar”.

O antigo ministro realçou que será importante o desenvolvimento de um novo modelo económico para Portugal, que aposte num redefinição estratégica, nomeadamente o fortalecimento da estrutura empresarial, a aposta numa reindustrialização e uma redução da dependência do turismo.

Já Paulo Caldas, diretor de economia, financiamento e inovação da AIP-CCI, elogiou os empresários portugueses e a capacidade de ultrapassar os constrangimentos decorrentes da crise económica.

“Nos próximos dez anos podemos chegar aos 50% do peso das exportações no PIB, mas acredito que podemos chegar aos 60% ou 70%, com medidas e projetos de sinergia e interligação de esforços, como é o PME Connect”, acrescentou.

(Atualizado às 18h05)

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