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“A TAP pode sobreviver com mil milhões, não precisa de três mil milhões”, diz O’Leary (com áudio)

“Achamos que a TAP acabará por conseguir ter o auxílio estatal aprovados, mas pensamos que talvez de mil milhões e não de três milhões, o que será uma coisa boa para Portugal, pois impedirá o ministro [Pedro Nuno] Santos de desperdiçar dois mil milhões do vosso dinheiro numa sanita como a TAP”, disse o CEO da Ryanair.
  • Cristina Bernardo
23 Junho 2021, 14h05

A Ryanair está confiante que irá ganhar os processos que interpôs em Bruxelas contra as ajudas estatais para as companhias aéreas nacionais, mas acredita que estas acabarão por receber os apoios, embora deverão ser menores do que inicialmente previstos e com condições mais duras, afirmou esta quarta o CEO da empresa, Michael O’Leary, adiantando que no caso da TAP, um auxílio de mil milhões de euros deverá chegar para a companhia portuguesa sobreviver.

A 19 de maio deste ano, o Tribunal Geral da União Europeia anulou a decisão da Comissão Europeia que deu ‘luz verde’ para o Estado português emprestar 1.200 milhões de euros à TAP. A queixa foi apresentada pela Ryanair em agosto de 2020 depois de a Comissão Europeia ter aprovado em junho de 2020 o empréstimo pelo Estado português à companhia aérea.

“Já ganhamos quatro dos nossos processos judiciais na Europa contra alocações de ajuda estatal”, lembrou O’Leary, em conferência de imprensa, adiantando que, em última análise, muitos dos auxílios estatais serão pagos.

“A TAP vai à falência sem algum elemento de auxílio estatal. Achamos que a TAP pode sobreviver com mil milhões de euros, não há justificação para três mil milhões”, sublinhou.

Segundo o CEO da Ryanair o que provavelmente irá acontecerá é que os casos terão sucesso no curto prazo, mas no médio e longo prazo, montantes menores de auxílio ainda serão pagos a essas companhias aéreas e essas elas serão obrigadas a alienar alguns dos outros investimentos, como por exemplo em empresas de handling ou de manutenção, de onde advêem grande parte dos prejuízos.

“Achamos que a TAP acabará por conseguir ter o auxílio estatal aprovados, mas pensamos que talvez de mil milhões e não de três milhões, o que será uma coisa boa para Portugal, pois impedirá o ministro [Pedro Nuno] Santos de desperdiçar dois mil milhões do vosso dinheiro numa sanita como a TAP”, concluiu.

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