[weglot_switcher]

A Tecnologia e o Homem – Uma relação de sempre e para sempre

Tecnologia soa a coisa recente, moderno ou a coisa de futuro, mas não o é. Em boa verdade podemos dizer que a tecnologia tem longas barbas brancas, e como tal, não é justo apoderarmo-nos dela como exclusiva da nossa Era (Digital). Tal como Roma, a tecnologia não se fez num dia, ela tem uma história longa, antiga e quase que coincide com a história da Humanidade.
23 Fevereiro 2016, 21h30

O filme 2001: A Space Odyssey, transmite-nos a ideia de como a tecnologia tem acompanhado o homem desde da sua pré-história até aos dias de hoje levando-o a sonhar de forma eloquente e arrojada com o seu futuro. Desde a primeira ferramenta, criada a partir de um osso, até à mais inovadora nave espacial, a história do Homem e da Tecnologia tornam-se desta forma quase que indissociáveis. A tecnologia e o Homem têm uma relação de longa data!

Quando pensamos em tecnologia, o que é que nos vem de imediato à cabeça? 

Talvez pensemos todos no mesmo… smartphones, robôs, drones, máquinas que avariam ou diferentes gadgets que assumimos como representações daquilo que consideramos ser a tecnologia dos nossos dias. É uma designação possível, no entanto limitada. Ela é muito mais ampla e não deve ser entendida como uma mera descrição de dispositivos. Ela representa também a criação de processos, metodologias, capacidades, competências e conhecimentos que nos permitem melhorar as condições de vida nos seus diferentes aspetos (sociais, económicos, pessoais, etc).

Por exemplo, a escrita é uma tecnologia, o dinheiro é uma tecnologia, a agricultura é uma tecnologia! Todos aqueles que viveram o tempo da cassete pirata, compreendem a relação entre uma caneta bic e uma cassete (este foi um processo tecnológico que ajudou muita boa gente a continuar a ouvir as suas bandas favoritas). A tecnologia não habita apenas nos produtos e nas engenhocas, ela vive nas possíveis relações entre diferentes ferramentas, no conhecimento por trás das mesmas, na sua criação e na capacidade de lhes darmos novos significados e usabilidades.

O próprio significado etimológico da palavra tecnologia reforça isso. Com origem nas palavras gregas techné (saber fazer) e logus (razão), podemos designá-la como a razão do saber fazer, indo para além do mero objecto. Tudo o que o Ser Humano cria, é tecnologia!

Se a roda não tivesse sido inventada… 

A tecnologia não é substitutiva, ela é evolutiva. Segundo Michell Zappa (Envisioning – Instituto virtual de pesquisa dedicado à compreensão e ao estudo da tecnologia), ela obedece a uma evolução combinatória já que todas a tecnologias existentes têm na sua génese outras tantas tecnologias precedentes. Ou seja, podemos compreender uma tecnologia desmembrando-a.

Tomemos como exemplo o Spotify. Se a internet não tivesse surgido, se o armazenamento de dados não tivesse ficado mais acessível, se o streaming não fosse encarado como uma nova forma de distribuição de dados e se a própria música não tivesse sido inventada, o Spotify nunca teria surgido! Todas estas tecnologias, por si só e de forma isolada, não produziram qualquer tipo de “revolução”. Foi a combinação destas diferentes e novas tecnologias que tornou o Spotify possível, viável. Cada tecnologia encerra em si uma evolução combinatória de outras tantas tecnologias! É caso para questionarmos, se a roda não tivesse sido inventada como seriam as tecnologias dos dias de hoje? Como seriam os transportes? Como controlaríamos o movimento por rotação que nos abriu as portas a tantas outras tecnologias? E os relógios de rodas dentadas?

A combinação de diferentes tecnologias, para além de nos permitir uma melhor compreensão das mesmas, pode também ajudar-nos a perspetivar potenciais tecnologias de futuro. Que tecnologias serão necessárias combinar e que novas tecnologias terão de surgir para conseguirmos construir uma nave espacial como a Discovery One do filme 2001: A Space Odyssey”e podermos navegar pelo espaço?

[button color=”white” size=”normal” alignment=”center” rel=”follow” openin=”samewindow” url=”www.startupmag.pt/subscrever”]Para continuar a ler consulte a edição de Janeiro[/button]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.