O diretor da Sky Portugal, a empresa que está por detrás da tecnologia que sustenta as soluções de entretenimento das estações britânicas Sky e Comcast, afirma ao Jornal Económico que a chegada da plataforma de streaming SkyShowtime, na qual estão a trabalhar em termos de software, está para “breve”.
António Vieira considera que os dois maiores desafios do país “volume e representatividade”. “Por um lado, é necessário garantir um maior volume de talento para as áreas tecnológicas em constante crescimento e garantir que esse volume é cada vez mais representativo da nossa realidade social. É necessário existir uma maior equidade de género nas engenharias”, argumenta.
Após aumentarem os preços, acredita que as empresas desta indústria vão optar pela redução nos valores dos pacotes para responder à queda de assinaturas oriunda do aumento do custo de vida dos consumidores?
O mercado do streaming continua cada vez mais competitivo. É precisamente o facto de este ser competitivo que o torna um desafio interessante, requerendo uma constante capacidade de inovar e desenvolver soluções que vão de encontro às expectativas dos nossos clientes. O Peacock foi lançado com uma oferta de três níveis de serviço, incluindo um nível gratuito e um nível pago complementado com publicidade. Esta abordagem permitiu o Peacock crescer em dois anos para cerca de 28 milhões de utilizadores ativos mensalmente nos Estados Unidos.
Receia que os despedimentos a que assistimos em vários unicórnios escale para outras empresas de menor dimensão no sector?
É natural que existam algumas correções no mercado resultantes do contexto internacional que vivemos. Na perspetiva da Sky Portugal não existem preocupações a este nível, fazemos parte de um grupo com grande solidez financeira e com ambições e investimentos a longo prazo.
Quais os planos do grupo para Portugal?
As nossas equipas na Sky Portugal estão a trabalhar na evolução do Peacock e no desenvolvimento da plataforma tecnológica do SkyShowtime, um produto de streaming, destinado ao mercado europeu e que irá ser lançado no mercado português em breve. A data para o lançamento no nosso país será oportunamente comunicada. É inegável que assistimos hoje a uma transformação no entretenimento e a forma como o consumimos televisão, que será materializada em novos produtos e novas abordagens numa década marcada pela inovação tendo a tecnologia um papel catalisador. Um dos nossos valores centrais é “forward-looking and restless”.
A empresa está à procura de 100 talentos. As vagas disponíveis são para trabalho remoto?
Estamos ativamente a recrutar para todas as nossas localizações, sendo que a Sky Portugal tem escritórios em Lisboa, Aveiro e Funchal. Em termos de modelos de trabalho, seguimos uma filosofia de trabalho híbrido. Implementámos este modelo de trabalho já desde o ano passado pois, acreditamos que tende a assumir-se como o mais equilibrado a longo prazo.
Quais são as áreas que estão a reforçar?
Desenvolvimento informático. No contexto das equipas que estão a trabalhar nas propostas de streaming, Peacock e SkyShowtime, temos diversas necessidades onde destacamos as áreas de mobile, nas quais desenvolvemos com tecnologia nativa, nomeadamente iOS (Swift) e Android (Kotlin/Java) e que, devido à dimensão e escala do produto, procuramos vários perfis com diferentes níveis de senioridade e conhecimento. Nas equipas de frontend, onde também temos várias oportunidades em aberto, desenvolvemos para vários dispositivos, como web, TVs e Set Top Boxes, recorrendo a tecnologias como JavaScript, React, WebGL e BrightScript. Igualmente para a área de desenvolvimento backend, onde trabalhamos em vários serviços com recurso a Java, Kotlin, Kubernetes e AWS. Numa perspetiva mais transversal a toda a Sky Portugal, temos oportunidades para arquitetura de software, onde naturalmente procuramos perfis experientes que possam influenciar a arquitetura dos sistemas que desenvolvemos. Nesta mesma senda, também estamos a procurar perfis mais alinhados à liderança de equipas técnicas, em posições de gestão de engenharia. Num curto prazo, estamos também a apostar no fortalecimento das nossas áreas de ciência de dados e machine learning.
E mantêm a previsão de ter mais 200 pessoas na equipa em dois anos?
Um dos alvos transversais para os quais trabalhamos na Sky, como um todo, é garantir que tudo o que entregamos segue os nossos padrões de excelência na engenharia. Para isto, um dos pontos basilares a garantir é precisamente termos o melhor talento nas nossas equipas. Atualmente temos cerca de 400 colaboradores e a nossa perspetiva de crescimento futuro é ambiciosa pois sabemos que o talento tecnológico português é altamente qualificado e por isso, consegue dar resposta ao padrão de exigência que colocamos. A nossa abordagem de recrutamento passa por um Employee Value Proposition (EVP) bastante aliciante, que compreende, além de um pacote salarial muito competitivo, outro conjunto de benefícios.
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