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“Abrir uma guerra comercial é deitar gasolina sobre o fogo”. Costa diz ser preciso ouvir Trump

“Não há nenhuma guerra comercial que promova a prosperidade, nem do lado de cá do Atlântico, nem do lado do Atlântico”, defendeu António Costa, que se prepara para assumir a presidência do Conselho Europeu.
FILE PHOTO: Portuguese Prime Minister Antonio Costa arrives at Downing Street ahead of his meeting with British Prime Minister Boris Johnson, in London, Britain, June 13, 2022. Aaron Chown/Pool via REUTERS/File Photo
29 Novembro 2024, 11h14

António Costa, ex-primeiro-ministro português, prepara-se para assumir a presidência do Conselho Europeu no domingo, com Charles Michel a passar-lhe o testemunho já esta sexta-feira. Mas antes, numa entrevista ao jornal “Público”, Costa diz que é preciso “ouvir” Donald Trump por conta da relação entre os dois blocos comerciais.

“Num momento de guerra militar, abrir uma guerra comercial é, seguramente, deitar gasolina sobre o fogo”, considerou António Costa em relação às tarifas que o presidente-eleito dos EUA quer impor aos produtos europeus. Nesta entrevista, o ex-primeiro-ministro abordou ainda os principais desafios da União Europeia e a situação na Ucrânia.

“Não há nenhuma guerra comercial que promova a prosperidade, nem do lado de cá do Atlântico, nem do lado do Atlântico”, disse Costa.

Desta forma, António Costa quase converge com as últimas declarações da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que apontou que a única forma de fugir a estas tarifas alfandegárias é “Buy American”, nomeadamente armamento norte-americano.

Ainda sobre a relação com os EUA e com Donald Trump, Costa admite ser “do interesse dos Estados Unidos, também pelo esforço de defesa que temos de fazer, não enfraquecer a economia europeia”. Mas mantém-se otimista, mesmo reconhecendo que “a negociação com os EUA vai seguramente ser difícil, vai seguramente ser dura, mas, como deve acontecer entre aliados, vai ter de ser bem-sucedida”.

António Costa defende mesmo ser fundamental manter o diálogo aberto com Washington, para o qual está disponível. “Vamos ter que ter com os Estados Unidos um diálogo franco, de países que são amigos, países que são aliados, países que são parceiros e que tem uma relação que está, obviamente, acima de quem circunstancialmente exerce funções do lado de cá do Atlântico ou do lado de lá do Atlântico”, sustentou.

“Respeito, ouvir o que tem a dizer e trabalhar: como é que podemos, de uma forma que seja vantajosa para a Europa e vantajosa para os Estados Unidos, encontrar aqui um ponto de encontro”, considerou Costa.

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