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“Ação urgente”. EDP junta-se a mais de 100 empresas com propostas de ação climática

Empresas como a EDP, Enel, Engie, Naturgy, Iberdrola, Orsted, entre outras partilham objetivos comuns no sentido de acelerar a descarbonização e atingir metas de neutralidade carbónica nos próximos anos.
26 Outubro 2023, 11h53

Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP, é um dos mais de 100 empresários e executivos de grandes companhias globais a subscrever uma carta aberta dirigida a governos, reguladores e decisores políticos com propostas de ação climática.

A Aliança dos Líderes Empresariais Climáticos (Alliance of CEO Climate Leaders) – promovida pelo Fórum Económico Mundial e que reúne empresas globais de diferentes setores que representam cerca de 12 milhões de colaboradores e um volume de negócios na ordem dos quatro biliões de dólares – procura assim com este apelo público antecipar temas críticos que irão marcar a agenda da COP28, a Conferência do Clima das Nações Unidas, que se realiza no final do ano.

“Em conjunto com mais de 100 membros desta aliança, acredito que as mudanças políticas propostas na carta aberta podem ter um impacto enorme e estou entusiasmado por poder apresentar essas ideias aos decisores políticos, tanto na COP28, onde a EDP planeia ter mais uma vez um papel ativo rumo às metas net zero e a um planeta mais sustentável”, revela o CEO da EDP.

Todos os subscritores do documento – entre os quais se incluem, além da EDP, empresas como Enel, Engie, Naturgy, Iberdrola, Orsted, entre outras – partilham objetivos comuns no sentido de acelerar a descarbonização e atingir metas de neutralidade carbónica nos próximos anos.

Os signatários reconhecem que “há ainda vários problemas e desafios que podem comprometer o êxito desses planos e que precisam da ação urgente dos governos e de políticas públicas mais eficazes para serem ultrapassados”.

“Como CEO de uma empresa que lidera a transição energética e que está empenhada em garantir um futuro melhor para todos, é com orgulho que subscrevo a carta aberta da Alliance of CEO Climate Leaders”, afirma no comunicado Miguel Stilwell d’Andrade, presidente executivo da EDP.

Na carta, são identificadas quatro grandes dificuldades. A primeira prende-se com o facto de os processos serem “excessivamente burocráticos” e a regulação ser “complexa”, o que atrasa o desenvolvimento de projetos de energias renováveis e dificulta a adoção de soluções inovadoras e sustentáveis.

A segunda é a falta de infraestruturas de rede adequadas para integrar adequadamente uma quota crescente de renováveis.

A terceira são as restrições tecnológicas que atrasam os esforços para aumentar a capacidade de fabrico de soluções de descarbonização em fase inicial.

A quarta dificuldade resulta da harmonização e interoperabilidade limitadas entre as normas entre diferentes setores e jurisdições.

Estes são desafios para os quais os líderes empresariais avançam com a proposta de medidas de ação imediatas.

A estas propostas, os líderes executivos lançam ainda o desafio ao setor privado para que continue a aumentar os seus investimentos na eficiência energética, na redução das emissões de carbono e na sua remoção com base na tecnologia e na natureza.

“Esta ação coletiva não só representará um contributo significativo para cumprir objetivos climáticos globais, como ainda gerará valor sustentável – só com a transição energética estima-se que sejam criados 51 milhões de postos de trabalho adicionais até 2030. É, por isso, necessária uma colaboração mais profunda entre as empresas e os governos nos diferentes domínios de maior impacto”, lê-se no comunicado.

A carta sugere aos decisores que aumentem fortemente o investimento em energias renováveis e redes elétricas e simplificar processos de autorização e regulamentação; que adoptem  práticas de contratação com baixo teor de emissões (pois os contratos públicos representam uma parte significativa do PIB, é 14% só na União Europeia); que acelerem as reduções de carbono baseadas na natureza e na tecnologia ( os investimentos em tecnologia e redução de carbono baseada na natureza também devem ser acelerados); e que simplifiquem e harmonizem os padrões de divulgação e medição do clima.

 

 

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