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Acionistas do BCP votam aumento dos limites de direito de voto

Atualmente, os direitos de voto do banco liderado por Nuno Amado estão limitados a 20%.
Rafael Marchante/Reuters
19 Dezembro 2016, 06h03

Os acionistas do BCP reúnem-se hoje, às 11h00, para votar o aumento do limite dos direitos de voto de 20% para 30%. Este era um dos pontos que fazia parte dos trabalhos da última assembleia geral de acionistas, que se realizou a 21 de novembro, e cuja votação acabou por ser adiada para hoje.

Este adiamento aconteceu depois do Banco Central Europeu (BCE) ter dado autorização à Fosun para entrar no BCP e poder reforçar até 30%. E, na sequência desta nova composição acionista, a Sonangol não quis ficar atrás e solicitou também ao BCE autorização para reforçar no BCP até 30%, equilibrando assim as forças entre chineses e angolanos. Este terá sido o principal motivo de adiamento da votação deste ponto. Ainda assim, e mesmo que autorização do BCE não chegue a tempo da AG, os analistas contactados pelo Jornal Económico não antecipam que haja motivos para voltar a adiar a assembleia, até porque depois do BCE autorizar o reforço da Fosun não haverá grandes justificações para não dar a mesma autorização à Sonangol.

Esta nova composição acionista e equilíbrio de forças poderá ter sido, inclusivamente, um dos motivos que levou o acionista histórico do BCP, o Sabadell a desfazer-se da sua participação de 4,08% no banco liderado por Nuno Amado.

“Antes da entrada da Fosun, os espanhóis, apesar de terem muito menos do que a Sonangol, tinham uma participação relevante, na medida em que grande parte do capital do BCP está dispersado por pequenos acionistas. Agora, com a entrada da Fosun, e o possível reforço da Sonangol, o Sabadell acaba por perder poder”, explicou um analista ao Jornal Económico.

Depois de ter investido 175 milhões de euros, a Fosun passou a deter ficando com uma participação de 16,67% no BCP. A intenção dos chineses é chegarem os 30%, antes de julho de 2017 – a data limite para o BCP reembolsar ao Estado os 750 milhões de euros em obrigações convertíveis (instrumentos conhecidos como ‘CoCos’).

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