A EDP e a EDP Renováveis estiveram em destaque na sessão bolsista lisboeta de terça-feira devido às suas fortes valorizações. No caso da EDP Renováveis, a subida chegou aos 9,4%, enquanto que a EDP viu os seus ganhos a ascenderem 4,5%. As cotadas têm invertido a “tendência negativa” e estão a mostrar um “renovado interesse” por parte dos investidores, sublinha o Banco Carregosa.
A provocar estas subidas nas ações das empresas do Grupo EDP, na sessão da bolsa de terça-feira, estiveram as alterações legislativas que estão a ser equacionadas pelos Estados Unidos, nas áreas de operação destas empresas portuguesas.
Na terça-feira o head of trading, João Queiroz, já tinha adiantado, ao Jornal Económico (JE), que a valorização apresentada pelas duas empresas se devera a essas notícias norte-americanas onde o Congresso está a considerar um “redesenho fiscal menos penalizador” para empresas de energias renováveis.
A proposta que está a ser discutida nos Estados Unidos passa por suavizar, a partir de 2029, a eliminação progressiva de créditos fiscais à produção no valor de 27 dólares/MWh (24 euros por megawatt), o que “poderá reanimar o investimento no setor ao reduzir o risco de reversão” desses apoios, salientou João Queiroz.
“A eventual eliminação abrupta destes incentivos poderia impactar numa relevante redução nos retornos dos ativos — o que tornaria muitos projetos inviáveis, tendo em conta que a maioria das utilities tradicionalmente procura margens de apenas +1,5% a +3% acima do custo de capital”, considerou João Queiroz.
Na sessão de terça-feira, de acordo com os dados disponibilizados pelo Banco Carregosa ao Jornal Económico (JE), as quantidades negociadas de ações da EDP superaram os 17 milhões e, no caso da EDP Renováveis, foi superior a 3,2 milhões. No dia anterior o volume de transações tinha sido inferior, com 16,8 milhões e 2,4 milhões respetivamente. Isto levou a uma quebra nas ações da EDP, de 0,4%, e no caso da EDP Renováveis, a uma subida de 3,2%.
O head of trading do Banco Carregosa, João Queiroz, sublinha, ao JE, que as ações da EDP e da EDP Renováveis estão a mostrar uma “inversão clara da tendência negativa” que marcou a primeira quinzena de abril.
Relativamente às quantidades negociadas, João Queiroz realça que após o pico de liquidez em abril, os “volumes corrigiram” para depois “voltarem a subir no início de maio”.
Nos melhores dias de negociação em abril, a EDP chegou a ter sessões onde foram transacionadas 30,9 milhões e 29,1 milhões de ações (3 e 7 de abril). Já a EDP Renováveis, na sessão de 3 de abril, viu transacionadas 3,3 milhões de ações e, a 7 de abril, o valor de ações transacionadas ficou em 2,8 milhões. Nestes dias, as ações da EDP subiram 3,7% e desceram 8,5% respetivamente. Já as da EDP Renováveis subiram 5,2% e caíram 9,3%.
Em maio, a EDP já teve uma sessão (2 de maio) onde foram transacionados 27,2 milhões de ações, num dia em que o preço desceu 6,9%, e, a 9 de maio, foram transacionadas 26,4 milhões de ações, dia no qual o preço subiu 3%. A EDP Renováveis na sessão de 7 de maio teve 2,5 milhões de ações transacionadas, dia em que o preço caiu 2%.
Relativamente à média móvel (indicador que mostra a tendência de preço num determinado período de tempo, que é calculada pela soma dos preços de uma cotada num determinado número de dias e dividindo o total pelo número de dias) de 14 dias, esta mostra uma “recuperação do interesse pelo título, com os volumes a reaproximarem-se dos máximos recentes”, refere João Queiroz.
Levando em conta todo este contexto, o head of trading do Banco Carregosa reforça que as ações da EDP e da EDP Renováveis registaram uma “forte recuperação” desde os mínimos de abril, que tem sido acompanhada por “volumes crescentes”, o que sinaliza um “renovado interesse” dos investidores nestas empresas no mercado financeiro.
“A valorização recente, especialmente na sessão de 13 de maio, destaca uma potencial alteração de sentimento, com reforço de posições num contexto de recuperação técnica”, sublinha João Queiroz.
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