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Ações da EDP sobem para perto dos 5 euros, em máximos de 2007

A energética está a beneficiar de notas de research positivas divulgadas nas últimas semanas pelo Berenberg e o Goldman Sachs e também de algugm sentimento de ‘risk off’ devido ao Coronavirus, com alguns investidores a procurarem refúgio em títulos das ‘utilities’.
19 Fevereiro 2020, 11h59

As ações da EDP Energias de Portugal sobem 1,27% para 4,96 euros às 16h18, tendo atingindo um máximo intraday de 4,978 euros, o que equivale a máximos de novembro de 2007, impulsionadas por recentes notas positivas por parte de casas de investimento e pelos ganhos do setor defensivo numa altura em que o Coronavirus ensombra as perspetivas económicas.

“Há dois principais fatores por trás destes ganhos da EDP. O mais geral é o facto de o setor das utilities estar a beneficiar com algum sentimento de risk off devido ao surto do Coronavirus”, referiu Steven Santos, head of trading platforms and brokerage do BiG – Banco de Investimento Global.

“Em termos mais específicos, a EDP tem beneficiado de notas de research positivas nas últimas semanas, nomeadamente do Berenberg e do Goldman Sachs”, adiantou.

O Goldman Sachs em janeiro afirmou que, após a venda das barragens no Douro no final do ano passado, por cerca de 2,2 mil milhões de euros, a EDP tem margem para voltar a aumentar os dividendos e para reforçar a sua posição na EDP Renováveis, recomendando a compra dos dois títulos.

A 19 de dezembro, a EDP anunciou a venda de um portefólio de seis centrais hídricas em Portugal ao consórcio de investidores formado pela Engie (participação de 40%), Crédit Agricole Assurances (35%) e Mirova – Grupo Natixis (25%), numa transação de 2,2 mil milhões de euros.

Por sua vez, a EDP Renováveis segue a subir 0,93% para 13,06 euros.

Paulo Rosa, economista e senior trader do Banco Carregosa recordou que as ações da EDP têm valorizado significativamente nos últimos dois meses, desde o final de 2019.

“Houve vários upgrades de analistas. Existem várias justificações para este desempenho  bastante positivo e o bom momento para a empresa”, explicou. “Um maior equilíbrio entre os recursos e as aplicações, sobretudo, a redução da alavancagem da empresa que em termos de dívida líquida face ao EBITDA, que embora ainda elevada, se aproximou das suas comparáveis, e o seu bom posicionamento no que se refere ao tema da sustentabilidade e a “pegada de carbono”, numa indústria e setor em que é elevada o seu impacto na natureza”.

Paulo Rosa realçou que a EDP tem acompanhado o bom desempenho das bolsas, e dos seus pares na Europa, desde o início do ano, espelhado nos máximos históricos das praças norte-americanas e do índice alemão DAX30.

“Embora em termos de avaliação relativa como EV/EBITDA (rácio do valor da empresa/cash flow operacional) , PER (Rácio cotação/lucros por acção), Price to Book Value (Rácio cotação/valor contabilístico por acção) a principal elétrica nacional tem negociado nos últimos anos a prémio e o consenso do mercado atribui-lhe um potencial de valorização praticamente em linha com a atual cotação, mas os investidores e aforradores continuam a considerar que é um valor a ter em carteira”, adiantou.

A EDP Renováveis apresenta resultados de 2019 esta quinta-feira, antes da abertura do mercado, enquanto a EDP divulga números depois do fecho.

[Atualizada às 16h18]

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