A oferta pública inicial da CATL, já listada na bolsa da cidade vizinha de Shenzhen, deverá ser a mais elevada em Hong Kong desde 2021, superando a da fabricante de eletrodomésticos Midea (cerca de 4,6 mil milhões de dólares ou 4,1 mil milhões de euros), lançada em setembro.
A agência de notícias financeiras Bloomberg destaca ainda que esta IPO (na sigla em inglês) pode tornar-se a mais substancial do mundo este ano. A CATL, sediada na cidade de Ningde, no sudeste do país, disse na semana passada que esperava arrecadar, pelo menos, 31 mil milhões de dólares de Hong Kong (3,56 mil milhões de euros) com a venda de, pelo menos, 117,9 milhões de ações a um preço máximo de 263 dólares de Hong Kong (30,06 euros).
O valor total poderá atingir os 41 mil milhões de dólares de Hong Kong (4,69 mil milhões de euros), se todas as opções forem exercidas. A empresa disse que 90% dos fundos angariados será utilizado para financiar a expansão das operações da CATL na Hungria, bem como na Alemanha, Espanha e Indonésia.
Espera-se que a empresa forneça componentes para grandes fabricantes de automóveis europeus, como a Stellantis, a BMW e a Volkswagen, numa estratégia direcionada para os mercados internacionais. “A Europa é um mercado excepcionalmente importante para a CATL”, afirmou Neil Beveridge, analista sénior da Bernstein, em entrevista à CNBC.
“Enquanto o crescimento de veículos elétricos na China está a estabilizar, a Europa ainda se encontra num estágio inicial, com apenas 20-25% de penetração de vendas de veículos elétricos. Isso deixa um espaço considerável para expansão”, acrescentou o analista.
Essa expansão internacional está alinhada com as principais empresas chinesas de veículos elétricos, como a BYD. Apesar de uma queda de 9,7% na receita anual em 2024 devido à intensa concorrência doméstica, a CATL conseguiu registar um aumento de 15% no lucro líquido em relação ao ano anterior.
As vendas de veículos elétricos na China dispararam para 11 milhões de unidades no ano passado, um crescimento de 40% em relação a 2023, impulsionadas por incentivos e subsídios estatais. No programa Squawk Box Asia da CNBC, Andy Maynard, analista da China Renaissance, sublinhou que a oferta pública inicial (IPO) da CATL destaca o apetite contínuo dos investidores por empresas chinesas de alta qualidade, apesar das tensões comerciais entre Pequim e Washington.
A CATL tem uma quota de mercado global de 37,9%, superando a também chinesa BYD (17,2%) e a sul-coreana LG Energy Solution (10,8%). Numa lista publicada em janeiro pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a CATL foi designada como uma “empresa militar chinesa”.
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