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Ações do BCP caem com o “agravar das incertezas macroeconómicas” mas o CEO não se desvia do seu plano

Esta segunda-feira, as ações do Millennium bcp caíram abaixo dos 0,20 euros pela primeira vez em dois anos. O CEO do BCP, Miguel Maya, reconheceu que o banco não é imune ao agravamento das incertezas macroeconómicas, que incluem um possível corte nas taxas de juro, que pressionará a margem financeira. Mas o CEO mantém o plano estratégico até 2021 apresentado ao mercado.
  • João Relvas/Lusa
13 Agosto 2019, 12h48

As ações do Millennium bcp, o único banco português cotado em bolsa, desvalorizaram esta segunda-feira 5,22%, negociando abaixo dos 0,20 euros pela primeira vez em dois anos.

A tendência negativa dos títulos do BCP não é de agora e acompanha o índice bancário europeu, o Stoxx Europe 600 Banks Index. Entre o início do ano até esta segunda-feira, as ações do banco liderado por Miguel Maya caíram 13,76%, enquanto o índice europeu recuou 9,95% nos últimos oito meses.

Mais recentemente, a pressão sobre os títulos do BCP aumentou. Na terça-feira 30 de julho, um dia após a apresentação dos resultados do primeiro semestre, as ações do banco tombaram 5,99%, para 0,23 euros, apesar do aumento do resultado líquido de 13% face aos primeiros seis meses do ano passado.

Questionado sobre a evolução das ações do BCP, Miguel Maya disse que o “agravar das incertezas macroeconómicas e a perspectiva de manutenção e taxas de juro negativas por um período de tempo ainda mais lato, fizeram alterar o sentimento dos mercados relativamente à rendibilidade do setor financeiro em geral e do Millennium bcp em particular”.

Em concreto, essas incertezas que pressionam a conjuntura macroeconómica são conhecidas: o “arrefecimento do crescimento económico mundial”, as “fortes tensões comerciais globais”, a “maior probabilidade de um hard Brexit” e a “crise política em Itália”, explicou Miguel Maya

“A correção verificada ao longa das últimas semanas, levou a ação do Millennium bcp a alinhar com a evolução e com valorização dos principais bancos espanhóis e europeus”, reforçou o CEO do banco.

“Não nos desviamos um milímetro do nosso plano”

Na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação de resultados do primeiro semestre, Miguel Maya foi questionado sobre a possibilidade de o BCP reajustar o seu plano estratégico face aos possíveis cortes das taxas de juro determinados pelo Banco Central Europeu.

“Não nos desviamos um milímetro do nosso plano apresentado ao mercado”, vincou o CEO do BCP. Passadas mais de duas semanas, Miguel Maya mantém a posição. “Estou convicto que as principais metas do nosso plano estratégico (2018-2021) que apresentámos ao mercado serão cabalmente cumpridas, não obstante a maior complexidade do enquadramento macroeconómico” salientou.

O Millennium bcp, para além da fortíssima melhoria da qualidade do balanço, bem patente na evolução positiva do rating e do preço de mercado da dívida emitida, dispõe de uma capacidade de adaptação, disse Miguel Maya.

Ainda assim, Miguel Maya assumiu que existem “naturalmente” ajustes “que contemplámos no plano estratégico”. Maas reforçou que o banco que lidera se comprometeu “com metas e essas metas são para cumprir”.

Sobre o futuro próximo, o CEO do BCP referiu que “a evolução dos próximos trimestres permitirá comprovar o valor do Millennium bco e os mercados farão, a seu tempo, uma apreciação menos marcada pelas incertezas macroeconómicas do presente”.

Ainda assim, esta terça-feira, após o fecho do mercado, os títulos do BCP impulsionaram o PSI-20 ao valorizarem 4,35% para 0,2065 euros, naquela que foi a maior subida desde maio.

(Com Lusa)

https://jornaleconomico.pt/noticias/apos-lucros-banca-receia-faca-dos-juros-de-mario-draghi-474798

 

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