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ActivoBank aumenta custos dos cheques a partir do próximo ano

Os custos dos cheques disponibilizados pelo banco detido pelo BCP vão aumentar no próximo ano, mais concretamente dos cheques não à ordem, a modalidade considerada mais segura.
ActivoBank cheques
16 Dezembro 2024, 07h00

Com o aproximar do final do ano, os bancos estão a ajustar os seus preçários para entrarem em vigor em 2025. Depois de ter anunciado que vai passar a cobrar pelas transferências imediatas feitas nas agências ou ao telefone com a ajuda de um operador, o ActivoBank diz agora que os seus clientes vão ter de pagar, a partir do próximo ano, por cheques cruzados e não à ordem – a modalidade considerada mais segura por só poderem ser pagos ao beneficiário indicado – quando estes forem pedidos e entregues ao balcão.

O preçário atual do ActivoBank mostra que um módulo de cinco cheques cruzados e não à ordem custa oito euros se for pedido ao balcão, pelo homebanking e ao telefone (com ou sem operador) e entregue por correio, mas também nas máquinas de cheques. Se os clientes forem buscar os cheques ao balcão é gratuito. No entanto, com a alteração ao preçário que entra em vigor a 1 de fevereiro, a instituição financeira vai passar a cobrar 11,50 euros se o módulo for requisitado e entregue nas agências. Questionado sobre esta mudança nos encargos para os clientes, o banco não respondeu. 

Entre os outros grandes bancos, enquanto o Novobanco não cobra pela requisição e entrega de cheques não à ordem ao balcão, os clientes da Caixa Geral de Depósitos pagam 11 euros, subindo para 16,5 euros no caso do BPI. O Santander Portugal não faz referência a este custo no seu preçário. Os cheques disponibilizados pelas instituições financeiras são, em geral, para serem emitidos “à ordem”, embora o cliente possa solicitar a emissão de cheques “não à ordem”.

Cheques dão lugar aos pagamentos eletrónicos

Esta mudança nos encargos é feita numa altura em que os portugueses utilizam cada vez menos os cheques como forma de pagamento. Continuam, porém, a ser usados em algumas situações, nomeadamente em operações imobiliárias. O relatório dos sistemas de pagamentos referente a 2023, divulgado pelo Banco de Portugal, revelou que os “instrumentos de pagamento baseados em papel (cheques e efeitos comerciais) têm uma utilização cada vez mais residual, por contrapartida de um crescente recurso a instrumentos de pagamento eletrónicos (cartões de pagamento, débitos diretos, transferências a crédito e transferências imediatas)”.

Mais concretamente, o Sistema de Compensação Interbancária (SICOI) – o sistema de pagamentos de retalho nacional – processou 4,2 mil milhões de operações, no valor de 740,2 mil milhões de euros, no ano passado. Os instrumentos de pagamento eletrónicos foram usados em 99,8% dos pagamentos, enquanto os cheques representaram apenas 0,2%. 

Transferências imediatas mais caras ao balcão

Esta não é a única alteração que o ActivoBank vai fazer no próximo ano. Como o Jornal Económico escreveu, as transferências imediatas vão passar a ser gratuitas a partir de janeiro para os clientes que as realizem no digital, tal como acontece nas transferências normais, cumprindo as regras que entram em vigor no início do próximo ano. 

A alteração, que entra em vigor a 9 de janeiro, mostra que até agora as transferências imediatas custavam 1,6 euros quando feitas na aplicação do banco ou do homebanking. Mas as novas regras europeias para as transferências, que passam a vigorar na mesma altura, ditam que os “eventuais encargos cobrados por um PSP [prestador de serviços de pagamento] a ordenantes e beneficiários relativamente ao envio e receção de transferências a crédito imediatas não podem ser superiores aos encargos cobrados por esse PSP relativamente ao envio e receção de outras transferências a crédito de um tipo correspondente”.

Assim, as transferências imediatas na instituição financeira vão passar a custar o mesmo que as transferências normais, ou seja, serão gratuitas no digital, com o montante máximo a subir de 12.500 euros para 100 mil euros. Há, porém, um novo custo. Até agora, os clientes não tinham encargos quando realizavam as transferências imediatas ao balcão ou ao telefone com operador, mas, a partir de janeiro, o ActivoBank vai passar a cobrar sete euros, igualando os valores das operações tradicionais.

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