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Adão e Silva: “Lusa? Não temos experiência de ter um acionista hostil mas agora existe essa possibilidade”

“Não temos nenhuma experiência de ter um acionista hostil na Lusa e neste momento temos essa possibilidade com o que se passa na Global Media”, realçou o ministro da Cultura em audição esta quarta-feira.
Mário Cruz/Lusa
10 Janeiro 2024, 11h05

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, defendeu esta quarta-feira que a Agência Lusa corre o risco de passar a ter um acionista hostil, tendo em conta a situação que se passa na Global Media, acionista na agência noticiosa.

“Não temos nenhuma experiência de ter um acionista hostil na Lusa e neste momento temos essa possibilidade com o que se passa na Global Media. Para procedermos essa alteração (do modelo de governação), o Conselho de Administração tem que aprovar isso por unanimidade”, referiu o governante em resposta a Joana Mortágua, deputada do BE.

“O apoio transversal à comunicação social é algo que está previsto por este Governo. Pensámos na possibilidade de tornar o serviço da Lusa gratuito para a comunicação social para permitir uma poupança transversal. Era possível implementar mas as condições políticas alteraram-se”, lamentou Adão e Silva.

Sobre a audição de José Paulo Fafe, presidente da Global Media, esta terça-feira, Adão e Silva garante que não acompanhou mas, a propósito da Global Media, referiu que estabeleceu contactos com o acionista Marco Galinha: “Falei com Marco Galinha a 1 de agosto a informar que iria entrar um novo acionista e que nesse contexto haveria a possibilidade da Global Media alienar a posição que tem na Lusa”.

“Pedimos à Lusa para fazer uma avaliação dos seus capitais próprios e queríamos garantir a total autonomia e independência. A partir do momento em que o Estado ficasse com mais 90% da Lusa, colocavam-se aqui outras questões. Percebemos que existia divergência na avaliação dos ativos”, explicou.

“Os contactos que tive foi sempre com Marco Galinha e o que me foi dito é que isto deveria ser concretizado antes da entrada dos novos acionistas. Nunca pensei que uma alteração na Lusa fosse uma forma da Global Media resolver problemas de tesouraria. Houve uma tentativa do PSD de aproveitamento político porque o PSD passou informação ao Eco que o Governo iria reforçar a posição no capital da Lusa”, referiu o ministro.

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