Embora a Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa) esteja a transformar vários setores económicos, apenas 10% das empresas na indústria de tecnologia médica (medtech) a nível global está a criar valor através desta tecnologia, de acordo com o estudo “Medtech Can Improve Quality and Regulatory Processes with Gen AI”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG).
Em contraste, 24% das empresas em outros setores já estão a beneficiar desta inovação.
A regulação no setor de medtech tem elevado a pressão sobre o mercado, tornando o desenvolvimento e a comercialização de dispositivos médicos mais complexos e dispendiosos.
O Regulamento Europeu de Dispositivos Médicos (MDR), as leis de proteção de dados e os regulamentos de saúde digital contribuíram para esta complexidade. Neste contexto, a IA Generativa surge como uma ferramenta relevante para agilizar processos.
Eduardo Bicacro, Partner da BCG em Lisboa, afirma que, apesar do potencial da IA Generativa ser amplamente reconhecido, apenas 24% das empresas estão a extrair valor tangível da sua adoção, com a percentagem a descer para 10% no setor medtech. As organizações enfrentam dificuldades em concretizar o valor da tecnologia, especialmente devido à falta de transformação efetiva dos seus processos. A adoção lenta no setor medtech, em comparação com o setor biofarmacêutico, coloca as empresas em desvantagem.
A implementação eficaz da IA Generativa pode conduzir a reduções de até 70% no tempo de redação de documentos regulatórios e clínicos. A tecnologia permite acelerar processos, melhorar a consistência e reduzir a probabilidade de erro humano. Além disso, pode automatizar o tratamento de reclamações e a análise de feedback de clientes, melhorando a eficiência e a satisfação do cliente, segundo o comunicado.
Para maximizar o potencial da IA Generativa, a BCG recomenda três estratégias para as empresas do setor medtech.
A primeira é começar com projetos de menor escala, focando em implementar iniciativas de IA com grande impacto, como a elaboração de documentos regulatórios, antes de expandir para processos mais complexos.
A segunda estratégia é equilibrar a automação com a supervisão humana, garantindo que a automatização seja complementada pela supervisão de profissionais especializados, o que é crucial para manter a conformidade regulatória e a precisão dos documentos.
Por fim, a terceira estratégia envolve criar uma narrativa positiva sobre a tecnologia, comunicando os benefícios da IA Generativa aos colaboradores e investindo em formação para garantir uma adaptação rápida e eficaz aos novos processos.
Estas estratégias visam não apenas melhorar os processos internos, mas também aumentar a competitividade das empresas no mercado em constante evolução.
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