A Fundação Champalimaud admite conseguir absorver alguns beneficiários da ADSE provenientes de hospitais que suspendam as suas convenções e garante que o relacionamento com o subsistema se mantém de forma tranquila.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, descreveu como sereno e “perfeitamente normal” o relacionamento que a instituição mantém com a ADSE, sem registo de problemas.
“A convenção [com a ADSE] está a funcionar em termos normais. O que precisamos de discutir com a ADSE discutimos tranquilamente. Não temos intenção de provocar qualquer tipo de alteração”, afirmou Leonor Beleza em declarações à Lusa numa altura em que três grandes grupos privados ameaçam suspender a convenção com o subsistema de saúde dos funcionários públicos.
A Fundação recebeu no ano passado cerca de oito mil doentes da ADSE, que representam cerca de 20% do total dos doentes tratados na instituição.
A presidente indica que “se for preciso receber mais alguns doentes” a Fundação poderá “certamente fazê-lo”, lembrando que na Champalimaud são seguidos essencialmente casos de cancro.
Por se dirigir sobretudo a doentes oncológicos, Leonor Beleza diz que a Fundação tem “o maior respeito possível pela necessidade de estabilidade” e de continuidade dos tratamentos.
“Temos imenso respeito pela estabilidade e nunca poríamos em insegurança os que escolhem por ser tratados por nós. Somos, como hospital, basicamente um hospital de cancro. Os doentes que tratamos têm características especiais e são situações que implicam tempo relativamente prolongado de tratamento. É preciso respeitar a tranquilidade e estabilidade”, afirmou.
A Fundação Champalimaud, uma fundação privada de interesse público, faz essencialmente investigação científica e médica, mas presta também cuidados de saúde e tem um regime de convenção com a ADSE.
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