[weglot_switcher]

Advogados de Temer desqualificam denúncia de corrupção: “Não tem conteúdo acusatório”

“O nosso interesse é esclarecer o mais rápido possível”, explica a defesa do presidente brasileiro.
Michel Temer
28 Junho 2017, 08h02

O advogado do presidente brasileiro Gustavo Guedes disse esta terça-feira (27) em entrevista que entender que “não cabe” defesa prévia de Michel Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF), após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo o responsável pela defesa do chefe de Estado brasileiro, o entendimento da defesa é de que o processo só começará a existir caso seja admitido pela Câmara dos Deputados. De acordo com o advogado, a estratégia também é uma “questão de celeridade”, já que se o prazo fosse disponibilizado no Supremo, a denúncia se arrastaria durante todo o recesso do Judiciário.

“Na nossa avaliação, a defesa deveria se manifestar no Congresso, porque só há processo quando houver aprovação pela Câmara. Entendemos que esse é o procedimento correto, até por uma questão de agilidade. O recesso do Judiciário começa esta sexta, portanto nós só poderíamos apresentar essa manifestação em agosto”, afirmou.

Para ser autorizada a abertura da investigação contra um presidente da República são necessários os votos de 342 deputados, ou seja, dois terços dos 513 deputados federais. Gustavo Guedes disse ter conversado com o ministro Edson Fachin, relator do caso no STF, que deve decidir sobre o prazo para defesa, que seria de 15 dias. Michel Temer foi denunciado por corrupção passiva com base nas delações premiadas de executivos do grupo JBS.

A acusação é de que o presidente teria recebido vantagens indevidas da empresa por intermédio do seu ex-assessor especial, o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que está preso. “O nosso interesse é esclarecer o mais rápido possível, é que a Câmara possa enfrentar o mais rápido possível”, afirmou. Já o outro advogado do presidente Michel Temer, António Cláudio Mariz de Oliveira, divulgou uma nota em que classificou a denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de “uma peça longa, porém carente de conteúdo acusatório”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.