Os Talibãs anunciaram esta quinta-feira que terão um executivo pronto para passar a governar a partir do próximo domingo, 6 de setembro, mas não avançaram qualquer pormenor sobre quem irá fazer parte dele. Uma das incógnitas da comunidade internacional reside precisamente no facto de não ser claro quais os diversos grupos talibã irão fazer parte do governo., Por outro lado, é também inexplícito se o novo poder de Cabul está ou não aberto à formação de um governo do qual façam parte outras sensibilidades com importância no Afeganistão.
Do pouco que se sabe fora das fronteiras afegãs é que os Talibãs têm mantido contactos com diversas fações internas – dando mostra de uma abertura ao diálogo que não estava nos pergaminhos o grupo há duas décadas atrás. Mas nada foi indicado sobre o que estava em discussão nem tão pouco quais foram as conclusões dos contactos.
Também não é claro se o novo regime terá como figura proeminente o chefe do governo ou se está em preparação a eleição (ou indigitação) de um Presidente da república islâmica.
Entretanto, as agências noticiosas dão nota de que um grupo de mulheres afegãs se manifestou publicamente exigindo a presença de diversidade de género no próximo governo – mas essa remota hipótese não terá por certo grande acolhimento no quadro da sharia, filosofia religiosa que os Talibãs já apresentaram como o elemento fundacional do novo regime.
Antes do anúncio da iminente criação do novo governo, os Talibãs ‘divertiram-se’ a organizar uma parada militar composta pelo material que os norte-americanos deixaram para trás.
Longe dos divertimentos, a Turquia e o Qatar continuam em negociações com os Talibãs, na tentativa de manterem aberto uma espécie de corredor livre no aeroporto internacional da cidade, não só para manterem um contacto com o resto do mundo, como para prevenirem qualquer emergência que possa suceder.
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