As exportações de componentes para automóveis acumularam, nos dois primeiros meses do ano, uma descida de 2,9% em termos homólogos. Apesar da conjuntura extremamente complexa, destaca-se a subida exponencial das exportações para Marrocos, atualmente o 8.º país-cliente dos componentes automóveis fabricados em Portugal. De acordo com os dados divulgados pela AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, as exportações de componentes automóveis registaram uma descida de 3,7%, tendo-se situado nos 1.000 milhões de euros em fevereiro de 2025.
A indústria automóvel tem sido negativamente afetada pelo ritmo de crescimento das vendas de veículos elétricos, que tem sido menor do que o esperado, e pelo acentuar das tensões geopolíticas, que têm contribuído para o agravamento da instabilidade e incerteza no mercado.
No acumulado de janeiro a fevereiro de 2025, refere a associação em comunicado, as exportações de componentes automóveis atingiram os 2.000 milhões de euros, uma queda de 2,9% relativamente aos dois primeiros meses de 2024.
A Europa continua a ser o principal destino dos componentes fabricados em Portugal, absorvendo 88,5% das exportações. No entanto, as vendas para o continente europeu caíram 3,5% face ao ano anterior. Em termos de países, as exportações para o TOP 4 — Espanha, Alemanha, França e EUA — diminuíram: 4,5%; 9,1%; 0,4% e 4,4%, respetivamente. As vendas para Itália caíram 28,3%, fazendo com que o país passasse a ser o 9.º cliente.
Por outro lado, destacam-se as exportações para o Reino Unido (5.º país-cliente), que aumentaram 2,1%, as vendas para a Eslováquia, que cresceram 10,1% (6.º país-cliente), e para a Roménia, que aumentaram 14,6% (7.º país-cliente).
O destaque vai para Marrocos, que registou um crescimento exponencial de 49,1%, tornando-se atualmente o 8.º país-cliente, uma subida de três posições face ao ano de 2024, quando ocupava o 11.º lugar. Marrocos está no radar da AFIA já há alguns anos; desde 2008, a associação tem mantido contactos regulares com as entidades oficiais.
Na sequência desses contactos, a AFIA, em dezembro de 2017, assinou um protocolo de colaboração com a sua congénere, AMICA – Associação Marroquina da Indústria e Construção Automóvel, que visa o reforço da cooperação técnica e comercial e a coordenação de ações entre as duas entidades.
Nesse âmbito, durante esta semana, a AFIA deslocar-se-á a Tânger para participar na 8.ª edição dos Automotive Meetings Tangier-Med, numa parceria com a Delegação de Marrocos da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Este evento, organizado pela AMICA sob o mote “Indústria Automóvel – Oportunidades e Riscos”, assenta em duas vertentes: reuniões B2B, que são reuniões bilaterais entre empresas, e conferências temáticas e mesas redondas, nas quais especialistas do sector vão debater o desenvolvimento da indústria automóvel.
José Couto, presidente da AFIA, comenta, citado pelo comunicado: “A promoção da oferta nacional e a identificação de novas oportunidades assumem maior relevo, quanto mais se atenta no significativo desenvolvimento da indústria automóvel neste país. Um crescimento acelerado do número de viaturas montadas, segundo os dados da OICA – Organização Internacional dos Construtores Automóveis, passou de 40 mil em 2010 para quase 600 mil automóveis produzidos no ano de 2024. Alavancado no plano de aceleração industrial, Marrocos tem atualmente uma capacidade de produção anual de 750 mil veículos, para tanto contribuindo os planos de crescimento industrial da Renault (duas fábricas, em Casablanca e Tânger) e da Stellantis (Kenitra).” Além de um stand institucional com a AICEP, a agenda da AFIA neste evento estará preenchida com encontros com entidades governamentais, associativas e empresariais.
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