Ageas e Ipsos Apeme publicam Barómetro: Geração Z é a que começa a pensar mais cedo na reforma

O Grupo Ageas Portugal, em parceria com a Ipsos Apeme, apresentou os resultados do Barómetro ‘Gerações em Movimento – Preparar o Futuro’, um estudo quantitativo e intergeracional que traça um retrato dinâmico da Sociedade portuguesa.

Realizado através de 1.900 entrevistas multicanal (online, telefónicas e presenciais) a homens e mulheres com mais de 25 anos das Gerações Z (1997 a 2012), Millennials (1981 a 1996), Gen X (1965 a 1980) e Baby Boomers (1946 a 1964), residentes em Portugal Continental, o barómetro oferece um retrato dinâmico das aspirações, medos e comportamentos face ao futuro, desfaz estereótipos e aponta desafios e oportunidades.

A Geração Z destaca-se por começar a pensar cedo na reforma, com 67% a fazê-lo até aos 26 anos. Os Zs são também os que mais poupam mensalmente (73%), encarando a poupança como um hábito, mesmo que esta não tenha objetivo específico (58%).

Contrariando talvez perceções comuns, a Geração Z ainda prefere o contacto pessoal quando se trata de contratar produtos financeiros (39%), mas a subscrição via App surge como opção igualmente viável (39%), apesar dos perigos do online. É ainda de notar que 55% dos Zs gostariam de investir em imobiliário para a reforma, mas apenas 13% acreditam conseguir concretizar esse objetivo.

Por sua vez, 83% dos Millennials começam a pensar na reforma e a iniciar a poupança em média aos 32 anos. Esta geração valoriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (19%) e atribui importância central à saúde da família. Embora 66% já possua casa própria, o acesso à habitação continua a ser uma preocupação para 29%.

Os Millennials demonstram ainda maior literacia financeira (23% refere conhecer produtos financeiros) e recorre tanto a canais digitais como presenciais.

Já na Geração X, muitas vezes apelidada de “geração sanduíche”, 88% começa a pensar na reforma a partir dos 50 anos, numa altura de maior estabilidade, com 82% a possuir casa própria e 43% a valorizar a vida simples.

O custo de vida e a saúde mantêm-se como preocupações importantes para esta geração, e as atenções são divididas entre filhos e pais. Esta geração prefere o canal presencial para decisões financeiras e procura informação em sites especializados e junto de familiares, com apenas 22% a referir ter conhecimento sobre produtos financeiros.

Por fim, os Baby Boomers desafiam estereótipos, ao revelar uma nova velhice ativa e otimista. Cerca de 61% sente-se bem física e mentalmente, e 51% aceita plenamente esta fase da vida, valorizando o minimalismo (51%) e considerando ter tudo o que precisa (41%).

A proatividade destaca-se, com 67% a gostar de aprender e conviver com outras gerações. Viajar (51%) e apoiar filhos e netos (44%) são dois dos grandes objetivos de vida e, no que toca ao futuro, a saúde é uma das principais preocupações (49%).

De sublinhar que 55% dos reformados desta geração afirma não ter perdido poder de compra, o que contraria a perceção generalizada de fragilidade financeira. Nesta geração, os hábitos de poupança começam em fase mais avançada de vida, em média aos 39 anos.

O barómetro parece revelar os Boomers como “outra geração sanduíche”, entre a preocupação de ajudar os filhos e a família (35%) e o receio de não ter quem cuide deles e/ou dependência de terceiros (25%).

As principais conclusões apontam ainda para um medo transversal da solidão e um desejo comum de viajar entre todas as gerações, enquanto a habitação emerge como a maior preocupação para os mais jovens.

O medo de ficar sozinho, por exemplo, é um flagelo transversal a todas as gerações, desde os Millennials (11%) aos Zs (16%), com alguns a expressar o receio de “não ter ninguém ou perder amizades”.

Já o desejo de viajar é um objetivo comum, liderado pelos Baby Boomers (50%), mas com forte adesão da Geração Z e X (42%) e Millennials (37%), o que demonstra que a vontade de explorar o mundo não tem idade.

A habitação é identificada como a grande preocupação para as gerações mais jovens, em particular para a Geração Z (58%) – apenas 31% têm casa própria, com muitos ainda a residir com os pais. Os desafios para a aquisição de habitação continuam a ser muitos, tanto para esta geração como para os Millennials (29%).

Além destas preocupações e aspirações partilhadas, cada geração revela prioridades e desafios próprios, que refletem diferentes formas de encarar o envelhecimento, a gestão financeira e o papel da família.

“Este barómetro demonstra que, independentemente da geração, a reforma, a poupança e os objetivos de vida são vividos de forma distinta, mas interligada”, diz Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal.

“Este estudo é um convite à ação para que todos os intervenientes – Empresas, Decisores Políticos e Cidadãos – contribuam para a construção de um futuro mais seguro, autónomo e digno para todas as gerações. O setor segurador dispõe de soluções e produtos adaptados que promovem um envelhecimento saudável e sustentável, muitas vezes desconhecidos da maioria da população”, acrescenta o CEO.

“No Grupo Ageas Portugal, vamos continuar a apostar em desenvolver novos produtos, alinhados com a nossa aposta na área da longevidade sustentável em torno da saúde, da poupança, e da qualidade de vida”, sublinha.

O Barómetro ‘Gerações em Movimento – Preparar o Futuro’ partiu da premissa de que o envelhecimento transcende o fenómeno demográfico, sendo um processo com impacto social, económico e cultural.

Conduzido entre 3 de setembro e 6 de outubro, o estudo abrangeu uma amostra representativa da população portuguesa, com idades entre os 25 a 80 anos (com quotas por geração, género e região), e explorou dimensões como património, finanças, consumo, estilos de vida e saúde.

O foco aprofundado incidiu sobre questões financeiras, nomeadamente literacia, perfis e motivações de poupança/investimento, tolerância ao risco, confiança em instituições e canais, relação com seguros e planeamento da reforma, com o objetivo de identificar barreiras e compreender a influência destes fatores nas decisões económicas do dia a dia.