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Agência de viagens ‘online’ capta turistas dos EUA e do Canadá para os Açores

A Azores Getaways é uma empresa portuguesa que passou de uma faturação de 250 mil euros para uma previsão de 20 milhões no final deste ano. E quer continuar a crescer.
28 Julho 2019, 14h00

A Azores Getaways assume-se como uma micro ‘startup’ portuguesa que se posiciona no segmento de negócio das agências de viagens ‘online’ para o arquipélago atlântico. O mentor principal deste projeto, Luís Nunes, diretor geral da empresa, criou-a quando tinha apenas 25 anos, e explica, em exclusivo ao Jornal Económico, a evolução conseguida nos últimos tempos e as perspetivas para o que aí vem.

Começou em 2013, com uma faturação de 250 mil euros, e acabou o exercício passado com um volume de negócios de 11 milhões de euros. Para este ano, prevêem-se receitas de cerca de 20 milhões de euros. A Azores Gataways reclama que é o único operador turístico português que vende diretamente ao cliente final no estrangeiro, em especial nos Estados Unidos e no Canadá, posicionando-se como o único ‘site’ que permite a compra ‘online’ de pacotes multi-ilhas nos Açores, arquipélago em que a empresa se especializou, com pacotes exclusivos com experiências.

A empresa foi fundada com um capital social de 15 mil euros, “o que só foi possível porque a tecnologia de base foi desenvolvida por um dos fundadores da empresa”, confessa Luís Nunes, revelando que, “depois do lançamento do primeiro portal, o próprio negócio começou a libertar recursos que permitiram fazer a empresa crescer de forma orgânica”.

A Azores Getaways está hoje em dia mais presente nos mercados dos EUA, Canadá, Reino Unido e Portugal, mas admite que é mais conhecida no mercado americano e canadiano que em Portugal.

“A empresa foi constituída em 2011, mas só começou realmente a vender no final de 2013, ano em que faturou 250 mil euros. Em 2014, teve um aumento para 2,2 milhões de euros e agora em 2019 deverá ficar perto dos 20 milhões. Na indústria das agências de viagens ‘online’, estes são números ainda pequenos, pelo que temos a expetativa de continuar a crescer a um ritmo acelerado nos próximos anos”, revela Luís Nunes.

O diretor geral da Azores Getaways, adianta que, “em 2018, tivemos perto de 20 mil turistas, que na sua maioria compraram pacotes de viagens para os Açores”.

“Agora que lançámos a Portugal Getaways, uma marca para pacotes de viagens que incluem Portugal Continental, em janeiro deste ano, estamos a contar ter perto de 35 mil turistas, que terão como destino Lisboa, Porto, Algarve e Madeira, para além dos Açores”, destaca Luís Nunes.

De acordo com este responsável, “nós trabalhamos com praticamente todas as transportadoras aéreas, incluindo as ‘low cost’, de forma a oferecermos as melhores opções aos nossos clientes”.

“Temos cuidado ao selecionar as melhores opções de voo, de forma a criarmos pacotes que sejam competitivos do ponto de vista do preço, mas que, acima de tudo, tenham muito ‘value for money’. Relativamente aos hotéis e empresas de animação turística, fazemos uma curadoria cuidada, de forma a oferecermos as melhores opções para cada tipo de cliente. Toda a gestão das reservas com transportadoras aéreas, hotéis, empresas de animação turística e empresas de ‘rent-a-car’ é feita de forma automática, utilizando a tecnologia desenvolvida por nós”, explica o diretor geral da Azores Getaways.

A empresa tem uma parceria com a com uma das maiores companhias aéreas norte-americanas. “A vinda da Delta Airlines para os Açores está a ter um impacto incrível no posicionamento do destino no mercado dos EUA, já que os Açores estão agora ligados a Nova Iorque, com uma das maiores transportadoras mundiais. Tivemos a sorte de sermos escolhidos para representar a Delta Vacations nos Açores, o que contribuiu para o crescimento das nossas vendas e reforço da nossa posição de liderança naquele mercado”, admite Luís Nunes.

A Azores Getaways conta neste momento com uma equipa de 18 colaboradores, “mas estamos a recrutar e deveremos ficar próximos dos 30 até ao final deste ano”. Até porque há novos projetos de expansão: “em janeiro de 2019, lançámos a Portugal Getaways, que replicou o modelo de negócio da Azores Getaways e tem como objetivo tornar-se muito maior que a Azores Getaways”.

“Temos também um projeto de grandes dimensões com uma empresa americana multinacional, que irá tirar partido da nossa tecnologia e irá permitir-nos entrar no negócio de venda de soluções tecnológicas. Queremos continuar a crescer enquanto operadores turísticos e agência de viagens ‘online’, mas vamos diversificar o nosso negócio pela via da venda de tecnologia”, garante o diretor geral da Azores Getaways.

A empresa sublinha que opera com uma tecnologia de topo, “única em Portugal e, em alguns aspetos, no mundo, que é utilizada para facilitar o processo de compra”. De acordo com Luís Nunes, “a Azores Getaways desenvolveu internamente todo o ‘software’ que utiliza nos seus canais de venda”.

Ou seja, a Azores Getaways começou como uma empresa de informática e só depois é que se tornou num operador turístico/agência de viagens ‘online’. Um histórico que pode parecer um aspeto menor, mas o facto de desenvolver o seu ‘software’ permite-lhe testar muitas abordagens diferentes e inovar a uma velocidade muito superior à dos concorrentes em áreas como o ‘price catching’ de milhares de rotas (todos os dias, são calculados muitos milhões de combinações de preços, para permitir aos clientes encontrarem as melhores datas, incluindo voos, alojamento, carros e experiências), os pacotes multi-destinos e o ‘interline virtual’.

Esta é uma funcionalidade recente que permite combinar voos de diferentes transportadoras aéreas, mesmo que estas não tenham um acordo de ‘interline’ entre si. “Isto é algo bastante complexo tecnicamente e são muito poucas as OTA (Online Travel Agencies) a oferecer essa funcionalidade”, destaca um comunicado da Azores Getaways, acrescentando que um desses exemplos são os pacotes multi-ilhas, que combinam os voos diretos da Delta dos EUA para os Açores, com os voos inter-ilhas da SATA Açores”.

Artigo publicado na edição nº 1997, do dia 12 de julho, do Jornal Económico

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