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Agentes de navegação prevêem declínio crescente dos portos de Lisboa e Setúbal

Esta reação da Agepor surge na sequência do insucesso do processo negocial, na passada sexta-feira, dia 30 de novembro, entre os operadores portuários de Setúbal e o SEAL, mediado pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
  • Rui Minderico/Lusa
3 Dezembro 2018, 18h25

Os agentes nacionais de navegação prevêem um declínio crescente da atividades nos portos de Lisboa e de Setúbal devido às greves consecutivas dos estivadores e ao consequente afastamento das escalas, dos navios e dos armadores internacionais.

“Os problemas de Setúbal existiam e tinham que ser resolvidos, e foram, mas tudo continua porque o que interessa ao SEAL [Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística] é que a greve continue. Não para o interesse dos trabalhadores de Setúbal mas para o interesse da direção do SEAL”, acusa um comunicado hoje divulgado pela direção da Agepor- Associação dos Agentes de Navegação de Portugal.

Esta reação da Agepor surge na sequência do insucesso do processo negocial, na passada sexta-feira, dia 30 de novembro, entre os operadores portuários de Setúbal e o SEAL, mediado pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

O mesmo documento prevê: “agora, vamos ouvir a ladainha da solidariedade que de tanto usada, com prejuízo dos trabalhadores de Lisboa, e agora também dos de Setúbal, já cansa”.

“É preciso lembrar que tudo isto foi despoletado pelo SEAL ao decretar mais uma greve em Lisboa, nos dias 27 e 28 de Julho, na semana seguinte a ter fechado um novo acordo com as empresas. Esse acordo era bom para os trabalhadores de Lisboa incluindo novas condições salariais. Resultado, acordo cancelado, trabalhadores sem aumento, de novo em greve, ie a receberem menos ordenado, A-ETPL [Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa] em risco de falir, etc…”, denuncia a Agepor.

Segundo a associação dos agentes de navegação, “os números não mentem” e, por isso, “o declínio do porto de Lisboa é uma evidência”.

“Os armadores não têm interesse em escalar portos que estão sempre em greve, que estão sempre em conflito”, constata a Agepor, vaticinando que “de primeiro porto nacional Lisboa já passou para terceiro” e que, “por este caminho há-de chegar a último”.

“E parece que Setúbal lhe pode seguir as pegadas. O que têm de comum? O SEAL!”, alerta a Agepor.

A AGEPOR volta a atacar o SEAL que, no seu entender e “usa e abusa dos trabalhadores de Lisboa e de Setúbal numa estratégia de poder e guerra contra outros sindicatos”, sublinhando que “as greves em Lisboa e em Setúbal não têm nada a ver com a defesa dos interesses dos trabalhadores”.

“Têm apenas a ver com o interesse do presidente do SEAL no seu desejo de protagonismo e poder. E com a sua política de greves permanentes. A sua atividade preferida é decretar greves quando devia ser a defesa do futuro dos trabalhadores. O desfecho das negociações em Setúbal, ou melhor, a falta de desfecho confirma isso mesmo”, defendem os agentes de navegação.

E a Agepor insiste: “o SEAL continua na sua política do passado para o declínio do futuro”.

“Os outros sindicatos percebem que a defesa dos interesses dos trabalhadores não se faz só para hoje, faz-se a olhar também para o futuro. E o futuro só existe com navios, com cargas… aquelas que o SEAL consegue afastar”, conclui o comunicado da Agepor.

 

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