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Agentes de navegação sem otimismo com fim da greve no porto de Setúbal

Agepor acusa SEAL (Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística) de ter sido “cúmplice” durante décadas da situação de precariedade no trabalho que se vivia no porto de Setúbal.
  • Rui Minderico/Lusa
17 Dezembro 2018, 11h50

A Agepor – Associação dos Agentes de Navegação de Portugal revela, em comunicado divulgado há minutos, que não tem qualquer “otimismo” face ao fim da greve dos estivadores no porto de Setúbal, anunciado na passada sexta-feira, dia 14 de dezembro.

“Em circunstâncias normais, estaríamos satisfeitos e a acreditar que a assinatura deste acordo significaria esperança e promessa de futuro para o porto de Setúbal e eventualmente a base para uma duradoura normalização no porto de Lisboa”, admite a Agepor.

No entanto, a associação dos agentes de navegação observa que “o padrão de comportamento desta direção do SEAL não nos permite otimismo”.

“O acordo de 2016 em Lisboa prometia seis anos de paz que nunca se concretizaram. Avobsessão do SEAL com outros portos onde não tem qualquer representatividade vai continuar e a utilização dos trabalhadores de Lisboa e Setúbal para esse fim também. Estamos para ver quanto tempo vai demorar até à próxima greve, a atividade favorita do SEAL”, questiona a Agepor.

Sobre a situação de precariedade no trabalho no porto sadino, a referida associação ressalva que “não podemos deixar de reafirmar que a situação que se vivia em Setúbal não era da exclusiva responsabilidade das empresas operadoras portuárias”.

“O SEAL, que se arvorou o defensor mediático dos eventuais, é o sindicato que atua naquele porto há décadas, e foi durante essas décadas e era até agora bem cúmplice daquele estado de coisas”, acusa a Agepor.

No entanto, a associação dos agentes de navegação, reconhece que, “no curto prazo, é uma boa notícia que a greve às horas extraordinárias e o bloqueio dos trabalhadores eventuais em Setúbal tenham chegado ao fim”.

“A Agepor congratula-se pela normalização do regime de trabalho naquele porto, com a importante redução do recurso inaceitavelmente excessivo ao trabalho eventual. Congratula-se também pela normalização de um porto vital para a economia nacional, para as empresas, e para um enorme universo de outros trabalhadores que dele dependem. Há ainda que enaltecer o difícil trabalho da mediação que conseguiu aproximar as partes”, defende a associação dos agentes de navegação.

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