Nunca nenhum presidente tinha estado tantos anos à frente dos destinos do SL Benfica e pela primeira vez em 17 anos de liderança quase incontestada, Luís Filipe Vieira vai enfrentar vários candidatos nas eleições dos ‘encarnados’ que terão lugar a 28 de outubro. Como seria de esperar, João Noronha Lopes e Rui Gomes da Silva têm dirigido muitas críticas à gestão do atual líder das ‘águias’ e prometem outro rumo para o SL Benfica em várias vertentes. Conheça melhor os candidatos e as propostas que vão a votos esta quarta-feira.
Mais quatro anos para Vieira?
O empresário e dirigente desportivo, de 71 anos, já disse que este será não o seu último mandato, como também aquele em que vai ser preparada a sucessão. Fruto da pandemia, a campanha eleitoral coincidiu com a preparação para a época em curso e, coincidência ou não, o SL Benfica fez o investimento mais avultado da sua história: quase 100 milhões de euros.
Luís Filipe Vieira já disse que o principal foco do seu mandato será “a vertente desportiva” colocando a si próprio o desafio de “superar o que foi feito na última década” e que, na opinião do candidato, “foi muito bom”. O presidente que há mais tempo ocupa a ‘cadeira do poder’ na história dos encarnados ‘puxou dos galões’ na apresentação da sua candidatura e recorda que nas últimas sete épocas o SL Benfica “teve resultados financeiros positivos” assim como o “reforço do prestígio internacional”.
Entre as promessas típicas de épocas eleitorais, Luís Filipe Vieira anunciou ainda a criação de conselho estratégico que servirá “para ajudar a pensar em novos desafios para o futuro do Benfica” e, claro, “será constituído por verdadeiros benfiquistas”.
Noronha quer “virar a página”
O gestor e empresário João Noronha Lopes, de 54 anos, lançou-se nestas eleições em julho deste ano e apesar de reconhecer méritos à atual direção, que nos últimos vinte anos “fez crescer o património do clube e investiu na sua organização e formação”, é chegado o momento, no entender do candidato, de “virar a página”.
Neste plano para assumir os destinos do SL Benfica, Noronha Lopes definiu três pilares considerados “fundamentais”: ambição desportiva, a sustentabilidade financeira e os sócios. Do ponto de vista financeiro, o gestor considera que os resultados operacionais do SL Benfica são uma das principais prioridades e o objetivo passa por “impor um rácio de alavancagem financeira que garanta a autonomia e capacidade da Benfica SAD no sentido de satisfazer os seus compromissos perante terceiros, nomeadamente entidades bancárias e credores obrigacionistas”.
Uma das medidas mais emblemáticas de João Noronha Lopes passa pela proposta de limitação de mandatos na presidência do clube. Para o gestor, o cumprimento de três mandatos, sejam estes consecutivos ou alternados, são mais do que suficiente para garantir a transparência na gestão. No entanto, essa limitação não se restringe à direção já que os três mandatos também de servir de bitola para o presidente da mesa da Assembleia Geral e para o presidente do Conselho Fiscal.
Gomes da Silva quer manter talentos
O advogado, de 62 anos, foi o primeiro a entrar na corrida à presidência do SL Benfica e as suas críticas à gestão de Luís Filipe Vieira já datam dos anos em que as verbalizava em programas de televisão.
O ex-vice-presidente dos ‘ encarnados’ acredita que a SAD pode atingir a sustentabilidade financeira através de receitas operacionais, um caminho que, no entender de Rui Gomes da Silva, poderá evitar ou retardar a venda de talentos, algo que poderá resultar em prestações europeias mais sólidas o que no entender do candidato define-se “sucesso desportivo internacional”.
O advogado defende uma política “eficiente” de aquisições de passes de jogadores “elimine desperdícios em contratações e comissões que não trazem qualquer valor acrescentado em termos de qualidade desportivo”.
Na mesma linha, Rui Gomes da Silva pretende “sejam eliminados os dispêndios não produtivos associados a uma estrutura de recursos humanos faraónica e a gastos com serviços de terceiros cuja natureza e utilidade não são evidentes”.
Nesta política de retenção de talentos, o candidato defende que a saída de atletas “considerados estratégicos” só serão admitidas “em circunstâncias excecionais” e quando isso acontecer, a transferência será concretizada pelo valor da cláusula de rescisão e “sem pagamento de qualquer comissão de intermediação”.
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