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AHP avisa que falta de apoio ao setor vai provocar encerramento de hotéis e falência de empresas

A AHP considera que a forma como o Primeiro Ministro encara a hotelaria revela um profundo erro de análise e que a decisão de proibição de circulação no âmbito do Estado de Emergência agora decretado vem agravar ainda mais a situação do setor da hotelaria”.
10 Novembro 2020, 19h28

A AHP – Associação da Hotelaria de Portugal avisa que a falta de apoio ao setor da hotelaria irá provocar o encerramento dos hotéis e a falência das empresas.

“A AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, a maior e mais representativa associação da indústria hoteleira em Portugal, considera que a forma como o Primeiro Ministro encara a hotelaria revela um profundo erro de análise e que a decisão de proibição de circulação no âmbito do Estado de Emergência agora decretado vem agravar ainda mais a situação do setor da hotelaria”, acusa um comunicado da AHP.

Para Raul Martins, presidente da AHP, “as medidas, mas sobretudo as exceções, deste Decreto governamental surpreendem-nos, e muito. E mais ainda as infelizes declarações do senhor Primeiro Ministro de ontem [dia 9 de novembro]”.

“Ao contrário do que o senhor Primeiro Ministro pensa, o quarto que não se vende hoje não fica em ‘stock’ para amanhã. Permitimo-nos recordar ao senhor Primeiro Ministro que a hotelaria, onde também existe restauração, está a sofrer brutalmente com o recolhimento, teletrabalho, paragem da economia no geral. Mas está a sofrer como está todo o setor do turismo: hotelaria, restauração, agências de viagens, empresas de animação turística, de organização de eventos e de espetáculos e as discotecas. Todos estamos a sofrer com o ‘lock down’ e a perda de turistas e os hotéis não vivem sem turistas, sejam nacionais ou estrangeiros. Discriminar uns negócios e não outros e comparar hotéis a restaurantes só revela erro de análise ou desconhecimento da realidade”, contesta Raul Martins.

De resto, adianta o dirigente da AHP, “não se alcança o sentido de, no atual Estado de Emergência, serem admitidas certas exceções, como as que se verificam para o comércio, e serem colocadas limitações em 121 concelhos aos empreendimentos turísticos e aos estabelecimentos de restauração”.

“O que está a acontecer é que mesmo as poucas reservas que havia para estes dois fins de semana vão ser canceladas. Os hotéis são locais absolutamente seguros e as pessoas que neles se pretendem alojar não têm interesse em deslocar-se para estarem fechadas num hotel a maior parte do tempo e com horas para poder regressar a casa”, defende o presidente da AHP.

Raul Martins destaca ainda que “a hotelaria está já numa situação muito crítica, não há hóspedes, até ao final do ano estimamos que mais de 70% da oferta esteja encerrada e não reabra antes da primavera de 2021″.

“Na época baixa, vivemos sobretudo das reservas de fim de semana e dos eventos, ‘corporate’, que está em trabalho remoto, e outros eventos, que este ano pouco há. E com o Estado de Emergência e com esta proibição da circulação nos 121 concelhos mais importantes do país, que correspondem a cerca de sete milhões de pessoas, a situação é desesperante para quem ainda se mantém aberto”, alerta o presidente da AHP.

Raul Martins termina, reforçando que, “se somos os primeiros interessados em que exista um generalizado cumprimento das regras que permitam controlar o crescimento da pandemia no nosso país, não podemos concordar quando estas avançam com medidas pouco claras e discricionárias, decididas em cima da hora e sacrificam as poucas unidades hoteleiras e os trabalhadores que lutam por manter as suas portas abertas”.

E conclui: “recordamos que a Associação da Hotelaria de Portugal estima que a quebra nas dormidas, em 2020, pode chegar a 46,6 milhões, e a perda de receita a 3,6 mil milhões de euros, o que representa uma quebra de cerca de 80% face a 2019″, pelo que “esperamos, sinceramente, que o Governo corrija rapidamente este erro”.

“Sem apoios as empresas de hotelaria irão à falência e quando houver turistas não haverá hotéis disponíveis”, conclui este comunicado da AHP.

 

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