Ana Jacinto, secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), revelou em entrevista à Antena 1/Jornal de Negócios, que o setor da hotelaria e da restauração está a exigir ao Governo a redução do IVA para 10%.
“Nós gostaríamos muito, porque os nossos concorrentes mais diretos têm o IVA a 10%, como Espanha, França e Itália, e esse é um dos nossos objetivos”, disse Ana Jacinto.
“O IVA a 13% não está em todos os produtos, ainda temos alguns produtos que ficaram de fora da redução para 13%”, revelou a secretária-geral da AHRESP, além de sublinhar que “o Governo tem autorização legislativa que lhe permite, a qualquer momento, estender esta taxa intermédia aos produtos que ficaram de fora”.
Ana Jacinto admitiu que “a aposta na redução do IVA seria uma boa medida” e que essa hipóteses “está sempre em cima da mesa”, sendo que “a qualquer momento, o Governo pode fazer esse abaixamento”. “Estaremos aqui para lembrar essa necessidade”, sublinhou a secretária-geral da AHRESP.
A responsável destacou ainda sobre as 35 horas de trabalho semanais no setor privado, classificando como “mais um retrocesso”. “Num setor que tem laboração contínua, se reduzirmos o horário de trabalho temos de usar horas suplementares, porque não é possível de outra forma, são mais encargos e mais custos”, assumiu Ana Jacinto, afirmando que “estamos a provocar uma gestão mais difícil das unidades, e esperemos que não vá adiante”, sendo que se avançar “terá um impacto enorme para as nossas empresas, com custos enormíssimos com impacto na contratação de trabalhadores”.
A secretária-geral da AHRESP rejeitou ainda a subida do salário mínimo. “No salário mínimo estão apenas os estagiários e pouco mais, e portanto, todos eles ganham acima do salário mínimo”, afirmou. A responsável garantiu ainda que “salário mínimo tem influência na construção da tabela”, mas “o setor [hotelaria] acaba por ter uma tabela mais condensada porque depois não é possível fazer uma diferenciação séria entre cada uma das categorias, porque o valor já é muito alto”.
Ana Jacinto assume que a tabela salarial estabelecida já “tem um impacto enorme”. “Já fomos alertados várias vezes pela Comissão Europeia, com a própria produtividade das empresas e é preciso que isto tenha um equilíbrio porque senão metemos em causa as empresas e os trabalhadores”.
Questionada sobre se 650 euros para 2020 é demasiado alto para um salário mínimo, Ana Jacinto respondeu que “é preciso analisar a produtividade e os número que temos em cima da mesa”, mas a responsável “diria que sim”, pois “é um impacto muito grande, porque quem ganha esse valor no nosso setor é residual, pois a tabela é construída em cima desse valor”.
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