A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) volta a apelar ao Governo para o levantamento da proibição da venda de bebidas em take-away. Responsáveis do setor argumentam que o objetivo é prevenir o consumo de produtos à porta do estabelecimento ou nas suas imediações, o que já é proibido, e não a venda, que está a prejudicar as empresas. E sinaliza que a venda de bebidas não representa qualquer risco acrescido.
“A AHRESP reitera a necessidade de ser revogada a proibição da venda de bebidas em take-away”, defende a associação do setor, realçando que a medida “prejudica a já difícil situação” das empresas.
“Não se entende a proibição dos estabelecimentos de restauração e bebidas venderem qualquer tipo de bebida no âmbito do take-away, incluindo o café, o que é absolutamente incompreensível. A venda de bebidas não representa qualquer risco acrescido”, acrescenta a AHRESP no seu boletim diário.
As vendas ao postigo nas lojas do ramo não alimentar e de bebidas, incluindo café, nos estabelecimentos do ramo alimentar foram proibidas, mesmo nos que estão autorizados a vender em ‘take-away’, anunciou o primeiro-ministro, na segunda-feira.
Estas restrições foram conhecidas no final de um Conselho de Ministros extraordinário em que o Governo aprovou novas medidas relacionadas com o confinamento geral, poucos dias depois de este ter entrado em vigor a 15 de janeiro.
O primeiro-ministro referiu que três dias “é um período curto para avaliar as medidas adotadas”, mas sublinhou que os dados disponíveis apontam para a necessidade de “clarificar normas que tem sido objeto de abuso”, ou alargar “o quadro de restrições”, aprovadas na semana anterior.
Passou assim a ser proibida a venda ou entrega ao postigo em qualquer estabelecimento do ramo não alimentar, como lojas de vestuário, bem como a venda ou entrega ao postigo de “qualquer tipo de bebidas, incluindo cafés”, sendo esta proibição extensível aos estabelecimentos autorizados a praticar take-away.
No âmbito do novo confinamento geral, o Governo decidiu também proibir a permanência e consumo de bens alimentares à porta ou nas imediações dos estabelecimentos do ramo alimentar e encerrar todos os espaços de restauração em centros comerciais mesmo no regime de take-away.
Apoios têm de chegar às empresas
A AHRESP lembra ainda que novos apoios têm de chegar às empresas para que seja possível a sua sobrevivência.
Recorde-se que o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital anunciou publicamente, há mais de uma semana, o reforço dos apoios às empresas durante o mês de março, indo ao encontro das propostas que a AHRESP tem vindo a sinalizar ao longo dos últimos meses.
Em causa está o reforço do programa Apoiar.pt, o prolongamento dos períodos de carência das Linhas de apoio à economia Covid-19 ou a compensação prometida às empresas pelo aumento de 30 euros no salário mínimo nacional para 665 euros. “Infelizmente nenhuma dessas medidas se encontra disponível, sendo urgente a sua disponibilização”, alerta a Associação.
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