A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) anunciou esta quarta-feira que 83% das empresas do sector da restauração regista perdas acima dos 60% na faturação, de acordo com um inquérito realizado em fevereiro.
Em comunicado, a AHRESP salienta que “o prolongamento do estado pandémico, que tem obrigado a sucessivos estados de emergência” e, consequentemente, à “redução significativa das atividades” da restauração, similares e alojamento, continua a provocar “fortes quebras de faturação”.
A situação, constatada pelo resultado de mais um inquérito da associação sectorial, coloca em “risco de sobrevivência” os negócios e a manutenção dos postos de trabalho. “Para que tal não aconteça, devem ser rapidamente reforçados os apoios financeiros às tesourarias, bem como a clarificação dos mecanismos de capitalização”, segundo a AHRESP.
No caso do sector da restauração e similares, o estudo da AHRESP indica que 54% das empresas esteve “totalmente encerrada” no último mês, sendo que 34% pondera “avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade”.
A principal consequência do tombo na faturação desta empresas é a falta de tesouraria para cumprir encargos salariais. Assim, “18% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em fevereiro e 14% só o fez parcialmente”.
Neste contexto, 38% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia, sendo que 19% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. E 11% das empresas assume que não vai conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de março.
No sector do alojamento turístico, o estudo da AHRESP não indica melhores cenários. No último mês, 56% das empresas inquiridas não registou qualquer ocupação e 27% indicou uma ocupação até 10%. Neste mês de março, 53% das empresas estima uma taxa de ocupação zero e 24% das empresas prevê uma ocupação máxima de 10%.
Em fevereiro, 27% das empresas de alojamento turístico teve a sua atividade suspensa. A quebra de faturação do mês de fevereiro “foi devastadora”, com 57% das empresas a registar perdas acima dos 90%.
Nestas circunstâncias, “16% das empresas pondera avançar para insolvência por não conseguir suportar todos os normais encargos da sua atividade”, indica a AHRESP.
Como consequência da forte redução de faturação, 32% das empresas não conseguiu pagar os salários em fevereiro e 8% só o fez parcialmente.
Segundo a associação sectorial, 30% das empresas já efetuou despedimentos desde o início da pandemia, sendo que 36% reduziu em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo e 5% assume que não vai conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de março.
O estudo da AHRESP teve por base 964 respostas válidas a um inquérito realizado em fevereiro.
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