A Air France e a Easyjet recuaram na sua intenção de comprar a companhia francesa Aigle Azur. As duas companhias aéreas falharam em apresentar até à data limite uma proposta pela transportadora aérea insolvente, segundo avançou a agência Reuters a 19 de setembro.
A contribuir para a falência da segunda maior companhia aérea francesa está a mal sucedida expansão para rotas de longo curso e as disputas entre acionistas. A empresa perdia dinheiro há anos consecutivos.
A transportadora francesa entrou em falência no início deste mês. A Aigle Azur é detida em 32% por David Neeleman, um dos acionistas da TAP, que entrou no capital da empresa francesa em 2017.
O maior acionista é o grupo chinês HNA com 49%. O empresário francês Gerard Houa tem 19%, segundo a France Presse. A HNA saiu do capital da TAP este ano.
No início de setembro, a Aigle Azur cancelou todos os seus voos incluindo para Portugal (Porto) e o Brasil. A Argélia era uma rota importante para a transportadora, pois pesava 50% na sua operação.
A Aigle Azur tem dívida no valor de 148 milhões de euros, um valor acima do conhecido publicamente. Este montante equivale a cerca de metade da sua receita relativa ao ano de 2018, segundo a Reuters.
Um tribunal francês decretou esta semana a liquidação da Aigle Azur, que deverá avançar a 27 de setembro. Até lá, e a partir de 23 de setembro, o tribunal francês vai ouvir partes interessadas no processo.
Como pontos fortes, a Aigle Azur detém várias slots de descolagem e aterragens no aeroporto de Paris Orly, assim como os direitos para voar para diversas rotas fora de França, incluindo Portugal.
O Governo francês tem promovido a venda de partes da operação da Aigle Azur para tentar salvar parte dos 1.150 postos de trabalho em risco.
A Aigle Azur foi fundada em 1946 com rotas entre França e o norte de África, incluindo a Argélia.
A TAP é detida em 50% pelo Estado, via Parpública, em 45% pela Atlantic Gateway, detida por Humberto Pedrosa, dono do grupo Barraqueiro, e pelo empresário norte-americano.
O grupo chinês HNA vendeu a sua participação de 9% na TAP este ano por 48,6 milhões de euros. Mais de metade da participação foi vendida a um fundo norte-americano, Global Aviation Ventures LLEC, com o restante a ser vendido à transportadora aérea brasileira Azul, segundo avançou a Lusa em março deste ano.
David Neeleman é fundador das companhias aéreas norte-americana Jetblue Airways e da brasileira Azul, da qual é presidente do conselho de administração.
A TAP anunciou na sexta-feira prejuízos de 120 milhões de euros no primeiro semestre, valor que compara com os 709,1 milhões de euros negativos em período homólogo.
Já o Expresso avançou este sábado que o acionista Estado estará insatisfeito com os resultados da TAP e que procura comprador para a posição de David Neeleman. Segundo o jornal, a Lufthansa e a United Airlines são potenciais parceiros.
David Neeleman encontra-se atualmente a preparar o lançamento de uma nova companhia aérea nos Estados Unidos: a Moxy, que começa a voar em 2020.
Segundo a Bloomberg, o empresário já comprou 60 Airbus SE A220-300, que serão entregues a partir de 2021. Até lá, a Moxy irá usar Embraer que já foram usados pela Azul.
https://jornaleconomico.pt/noticias/tap-regista-prejuizos-de-120-milhoes-no-primeiro-semestre-492291
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