A Airbus espera ter 800 trabalhadores em Portugal até ao final de 2025. Este é um dos objetivos traçados pelo diretor-geral do Airbus Global Business Services (GBS), Charles Huguet, em declarações ao Jornal Económico, revelando que este ano serão contratadas 300 pessoas.
“Um dos nossos objetivos para este ano é contratar 300 pessoas, mas queremos atingir os 800 trabalhadores até ao fim de 2025. Ou seja, em três anos teremos um dos maiores Global Business Center, com a particularidade de não ser virado para uma área em concreto, mas sim multifunções. Isto é algo que nos distingue e é também assim que queremos atrair todo o tipo de talento”, refere.
Talento esse, que Charles Huguet reconhece correspondeu às expetativas que o fizeram instalar-se no nosso país. “Além de excelentes trabalhadores, são ótimos seres humanos. E precisamos de pessoas com vários tipos de experiências”, afirma, realçando que para atrair esse talento a Airbus tem tido conversas com a AED Cluster Portugal (cluster português para as indústrias de aeronáutica, espaço e defesa), com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o Instituto Politécnico de Setúbal.
“Também temos um programa de formação durante seis meses e onde no final contratamos as pessoas. Ou seja, queremos crescer em Portugal, mas também crescer com Portugal e fazer parte da sua vida económica, e é o que temos vindo a fazer ao longo dos últimos meses”, salienta Charles Huguet.
Oito meses depois de ter chegado a Lisboa, o responsável assume que este hub dedicado à indústria aeroespacial prestará todo o tipo de serviço às restantes sucursais da Airbus espalhadas pelo mundo, desde a América até à China. “Os nossos primeiros clientes foram a Airbus América e Airbus Canada que estiveram esta semana em Lisboa a visitar o nosso espaço”, sublinha.
Apesar de estar em Portugal e a maioria dos trabalhadores serem de nacionalidade portuguesa, o diretor geral da AirBus GBS defende que esse não é um fator determinante na hora de contratar.
“Olhamos primeiro para o talento antes da nacionalidade. Obviamente que estamos em Portugal e dos atuais 170 trabalhadores, cerca de 70% são portugueses, mas no total temos 21 nacionalidades. Isto não é uma versão da Airbus Portugal, mas sim a nível global e queremos ter essa diversidade, porque a diversidade atrai inovação. Temos colaboradores do Brasil, África do Sul, Índia, França, Rússia, Ucrânia, de todo o mundo”, refere.
Questionado sobre o que distingue a Airbus de outras empresas, Charles Huguet, destaca as condições salariais e outros benefícios que nos permitiram atrair e convencer 170 trabalhadores em oito meses. “Mas não é apenas isso, existe todo um plano de desenvolvimento para os jovens talentos que é posto em prática assim que entram na empresa. Após alguns anos em Portugal, podem viajar pela Airbus para onde quiserem”, explica.
Todas estas oportunidades acabam de acordo com o diretor geral por transmitir um sentimento de lealdade aos trabalhadores para com a companhia. “No meu caso, estou na Airbus há 21 anos, mas nunca fiquei mais do que três ou quatro anos no mesmo cargo, porque a empresa possibilita esse desenvolvimento. Já estive na Alemanha, em França e agora estou em Portugal”, sublinha.
Com o objetivo definido em aumentar a equipa surge também a necessidade da empresa mudar para novas instalações. “Vamos mudar em breve para um novo escritório, porque neste só conseguem estar 100 pessoas e nós já somos 170. Ficará situado a 500 metros deste espaço por trás da estação da Gare do Oriente. Possivelmente será inaugurado em outubro, mas a minha expetativa é que seja ainda antes. Vai depender do processo de licenciamento”, afirma.
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